(As fotos acima foram capturadas hoje, quinta-feira - dia 28/01/2010, em frente a Secretaria Municipal de Saúde em Esteio)
Moradores de rua (aqueles que dormem em calçadas, praças ou sob pontes e viadutos), pedintes, andarilhos e dependentes químicos, deveriam ganhar apoio da Prefeitura de Esteio para superar o vício, trabalhar, viver com dignidade e recuperar parte da vida que deixaram para trásAlguns políticos e funcionários do serviço de saúde e assistência social deveriam passar pela experiência de um morador se rua para saber como é a vida de um sem-teto (mendigo), dormindo em baixo de um viaduto, da marquise da Secretaria Municipal de Saúde, em um beco, em baixo da ponte ou viaduto em Esteio. A idéia serviria para eles sentirem na carne o problema dos moradores de rua.
A experiência também serviria para chamar a atenção das autoridades responsáveis pelo atendimento e da população para o problema que assola a nossa sociedade. E, todos saberiam o que leva uma pessoa ser morador de rua, desde o abandono do lar, desemprego, dependência química aos problemas de saúde, além de entender na pele o dilema de viver em tal condição sem atendimento.
O morador de rua que “vive” em Esteio dorme em cima de papelões, pedaços de espuma e no inverno, às vezes, suporta temperaturas de vários graus negativos. No verão, também não faz uso de chuveiro para higiene pessoal, não tem água pura a disposição para beber e muito menos um local digno para dormir. A maioria dos mendigos que “vivem” por aqui, aparentemente são pessoas de inteligência normal, certamente morando em um lugar digno, poderiam estar trabalhando em qualquer profissão ou fazendo algum curso profissionalizante, mas muitos, por falta de assistência perderam a personalidade, a saúde e a dignidade. Alguns fazem uso de bebidas alcoólicas, drogas e desorientados são prisioneiros do vício.
Conversei com um morador de rua que não se prende as convenções da sociedade. É um caso raro, mas ele não aceita auxílio do Poder Público ou da própria família que reside em Esteio. Pude constatar que é um homem calmo, educado, muito magro, barbudo, com cara de mau, mas com um bom coração. Não pede dinheiro, aceita somente o alimento necessário para sua sobrevivência e diz que deseja viver livre. A família o compreende, mas diz que não entende o que leva ele a viver uma vida assim.
(As fotos acima foram capturadas hoje, quinta-feira - dia 28/01/2010, em baixo do viaduto da Avenida Senador Salgado Filho, na zona central do município de Esteio/RS.)
Periodicamente tenho contato com alguns moradores de rua que vivem em Esteio. A grande maioria vem de municípios distantes, muitos só estão de passagem. Quando pergunto sobre os motivos que levaram a “viver” nas condições atuais, as respostas são variadas. Uns dizem que uma pessoa “acaba” morando nas ruas por diferentes razões, mas todas muito fortes. Uma senhora que não quis ser identificada, aparentando 35 anos, disse: “Caí nessa vida porque não tinha mais motivo pra viver, perdi a guarda dos meus filhos e meus amigos diziam que eu fiquei deprimida...” Encontrei um homem que disse ter 48 anos, com visíveis sintomas de embriaguês, aparentando algum distúrbio mental que o impossibilita de conviver no mundo com os filhos, esposa e outros familiares.
Diariamente escuto muitas histórias. Outro exemplo; é o de um jovem, magro, aparentando uns 28 anos, natural de Esteio, que residiu muitos anos na Vila São José e decidiu viver na rua quando em companhia de um amigo andarilho, percebeu que a vida de “pedinte” dá mais lucro e menos “trabalho” e resolveu não mais ficar condicionado à regras da família. Finalizou afirmando que é usuário de drogas: “Mas eu só compro pro meu consumo”, confidenciou. Outro jovem, morador de Esteio que também é usuário de drogas e que para dormir à noite, utiliza a praça defronte a Escola Municipal Edwiges Fogaça, disse: “Eu moro na rua porque perdi as únicas pessoas da minha família (pai e mãe) e me vi completamente sozinho”. Um Homem de aproximadamente 60 anos, cabelos brancos, portador de um bondoso coração, auxilia todos os companheiros de infortúnio, passa o dia catando lixo reciclável, mas não deixa ninguém mal, divide sempre o pouco que tem. Ele é respeitado por todos moradores de rua que passam pelo viaduto da Avenida Senador Salgado Filho, esquina com Avenida Presidente Vargas, ao lado da Igreja Católica Nossa Senhora das Graças. Disse que passou por perdas (materiais ou sentimentais?) e decidiu se entregar as ruas por falta de um local para morar. Disse que não utiliza bebidas alcoólicas, mas na sua ausência, é desmentido por outros que dividem o mesmo local.
Diariamente escuto muitas histórias. Outro exemplo; é o de um jovem, magro, aparentando uns 28 anos, natural de Esteio, que residiu muitos anos na Vila São José e decidiu viver na rua quando em companhia de um amigo andarilho, percebeu que a vida de “pedinte” dá mais lucro e menos “trabalho” e resolveu não mais ficar condicionado à regras da família. Finalizou afirmando que é usuário de drogas: “Mas eu só compro pro meu consumo”, confidenciou. Outro jovem, morador de Esteio que também é usuário de drogas e que para dormir à noite, utiliza a praça defronte a Escola Municipal Edwiges Fogaça, disse: “Eu moro na rua porque perdi as únicas pessoas da minha família (pai e mãe) e me vi completamente sozinho”. Um Homem de aproximadamente 60 anos, cabelos brancos, portador de um bondoso coração, auxilia todos os companheiros de infortúnio, passa o dia catando lixo reciclável, mas não deixa ninguém mal, divide sempre o pouco que tem. Ele é respeitado por todos moradores de rua que passam pelo viaduto da Avenida Senador Salgado Filho, esquina com Avenida Presidente Vargas, ao lado da Igreja Católica Nossa Senhora das Graças. Disse que passou por perdas (materiais ou sentimentais?) e decidiu se entregar as ruas por falta de um local para morar. Disse que não utiliza bebidas alcoólicas, mas na sua ausência, é desmentido por outros que dividem o mesmo local.
(As fotos acima foram capturadas hoje, quinta-feira - dia 28/01/2010, na Rua 24 de Agosto, enquina com Avenida Presidente Vargas no centro do município de Esteio.)
Em minha opinião as pessoas que “vivem” nas ruas de Esteio se tornam fragilizadas, sem um local digno e seguro para deitar o corpo e descansar a cabeça, passam bastante trabalho durante o dia, mas o pior mesmo é os perigos que enfrentam à noite. No silêncio das nossas ruas estas pessoas passam frio, nos dias de chuva ficam molhadas da cabeça aos pés. Passam fome, medo, solidão e perigo que vem com a presença da polícia, do traficante, da fiscalização da prefeitura, de outros companheiros bêbados ou drogados e de cada pessoa que passa. Os moradores de rua em Esteio vivem sem o amparo da municipalidade, da forma que lhe é possível e não são bem vistos ou recebido pela maioria dos esteienses. Certamente que a nossa comunidade não deseja continuar assistindo diariamente a desgraça destas pessoas desamparadas. Esperamos que a Prefeitura de Esteio “Cidade mais Humana” construa com URGÊNCIA uma casa de passagem, abrigo, albergue e um centro de recuperação, que integre um programa municipal de recuperação e reinserção de moradores de rua para ser executado o mais breve possível.
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