terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Dia 10 de março o cantor Daniel vai se apresentar em Esteio

   A Prefeitura de Esteio está programando a comemoração dos 57 anos de emancipação política do município.

  A principal atração deste aniversário será o show com o cantor Daniel, no dia 10 de março, às 20h, no Parque Galvany Guedes, com entrada franca. Antes, a partir das 18h, artistas esteienses sobem ao palco para se apresentar.

    No dia 28 de fevereiro, data do aniversário, será realizada missa na Rua 28 de Fevereiro, a partir das 19h. No dia seguinte, 29, a partir das 18h, ocorrerá um culto ecumênico em frente a Prefeitura Municipal.








Programação do aniversário de Esteio

28 de fevereiro, às 19h - Missa de aniversário
Local: Rua 28 de fevereiro

29 de fevereiro, às 18h -  Culto ecumênico
Local: Prefeitura Municipal.

10 de março, a partir das 18h - Festa de Aniversário de Esteio
Local: Parque Galvany Guedes (Av. Porto Alegre, 505 – Jardim Planalto)

 
Atrações:

18h – Shows com artistas de Esteio

20h – Cantor Daniel (Fonte: Prefeitura de Esteio)


Show com o cantor Daniel, às 20 horas, no Parque Galvany Guedes, em Esteio

Dia 10 de março de 2012, o cantor Daniel vai se apresentar no Parque Municipal Galvani Guedes, em Esteio

 

No dia 10 de março durante a programação pelos 57 anos de Emancipação Política e Administrativa do Município de Esteio, será realizado o show com o cantor Daniel, às 20 horas, no Parque Galvany Guedes. Antes, a partir das 18 horas, artistas esteienses se revezam no palco.  A entrada é franca e o Parque será aberto às 15 horas com diferentes atrações para adultos e crianças.

Daniel nasceu no interior de São Paulo, descobriu a paixão cedo pela música, por instinto. Seu maior incentivador foi seu pai, que aos 8 anos, presenteou seu filho com um violão. Daniel passou a participar de festivais na região, onde fez amizade com João Paulo, que logo se tornou seu companheiro inseparável. Em 1980, nascia então, a dupla João Paulo e Daniel. A dupla lançou seu primeiro disco em 1985. Mas em setembro de 1997, porém, um acidente automobilístico tirou a vida de João Paulo, e a trajetoria foi interrompida. Daniel chegou até a pensar em abandonar tudo, mas o apoio de fãs, amigos e família foram decisivo para prosseguir sua carreira e se tornar um dos maiores cantores românticos do Brasil.

 

Esteio: 57 anos de emancipação política e administrativa


Ex-Pórtico de Entrada de Esteio
Esteio:
Não é por acaso este nome.
 
Esteio, no seu sentido real, objetivo e concreto, é uma peça de madeira, metal, pedra, com a qual se sustém alguma coisa: uma escora, ou um suporte.

No sentido figurado significa amparo, apoio, arrimo, auxílio e proteção. A cidade de Esteio, hoje dia 28 de fevereiro de 2012, comemora 57anos de Emancipação Política e Administrativa. 

Parabéns!

(Na foto acima o Ex-Pórtico de Entrada da Cidade, tombado pelo Patrimônio Histórico. Hoje deu lugar ao Trensurb. Ao fundo o prédio da Prefeitura de Esteio, no Paço Municipal Clodovino Soares)



PDT de Esteio define política de alianças para 2012

O ingresso de novos filiados e a manutenção de líderes tradicionais dá ao PDT de Esteio segurança para propor algo realmente consistente para cidade

  A política de alianças que os trabalhistas deverão adotar para as eleições deste ano será debatida na sede do PDT, no dia 1° de março, às 19h, durante reunião do Diretório Municipal. Desde novembro do ano passado,a maioria já havia aprovado o indicativo de candidatura própria para prefeito. Até o momento, o diretor de serviços urbanos Francisco Alves e a pretora aposentada Uiara Castilhos são os nomes indicados para participar da prévia para as eleições de 2012. 

Beti Soares presidente do PDT de Esteio
  A presidente do PDT Elisabete Soares não descarta a possibilidade de compor a chapa majoritária indicando o candidato à vice. Segundo ela, o diretório optou por candidatura própria, mas os pré-candidatos a vereador entendem que o mais importante é o partido deixar deser coadjuvante. Soares pondera que o debate é fruto do novo momento que o partido está vivendo. É de conhecimento público que o PDT está revigorado.
  Em comparação com a última eleição, a nominata de pré-candidatos a vereador está bastante reforçada. O ingresso de novos filiados e a manutenção de líderes tradicionais dá ao PDT de Esteio segurança para propor algo realmente consistente para cidade. 



O Poder da mente


 Na foto  o professor José Mazzarollo

 "Transformai-vos pela renovação da vossa mente"

 José Mazzarollo

Segundo a ciência os homens mais inteligentes do planeta não conseguem utilizar mais do que 10% da capacidade cerebral. Imaginem o que sobra para os homens comuns que passam pela vida sem ser notados. Falar em percentual não parece ser muito prudente, pois, não há medidores capazes de tal proeza. Contudo é correto afirmar que movimentamos pouco deste magnífico órgão que está guardado em nosso crânio. Jesus Cristo, foi o único que aproveitou 100% da capacidade intelectual. Na mente está a porta da solução de todos os problemas humanos, basta conhecer e aplicar bem o seu poder. "Transformai-vos pela renovação da vossa mente", clama o apóstolo Paulo em sua carta ao Romanos. É evidente que o desejo divino está na mudança do comportamento pecaminoso, para um caminho de virtude. Se a mente é capaz de nos libertar da servidão espiritual, com mais facilidade podemos alcançar a solução para as necessidades cotidianas.

A transformação da mente, não é um simples desejo de pensamento positivo, mas começa no pensar bem, e depois, agir em cima do bom pensamento. Deus aprova os pensamentos de virtude, então, quando pensamos bem, temos o sócio celestial que nos abre portas para a aplicação das boas ideias. Com bons pensamentos podemos mudar o comportamento e o humor, porque a mente está ligada ao corpo, num complexo sistema instantâneo de comunicação. Todas as células estão constantemente ligadas ao que pensamos, sofrendo as respectivas mutações de acordo com os pensamentos emitidos. Tanto isso é comprovado, que num ataque de depressão todo o sistema imunológico fica abalado. Basta lembrar fatos negativos que de imediato substâncias biológicas são liberadas causando mal estar em todo o corpo. O nosso cérebro comanda todos os movimentos e reações físicas num processo fantástico e indescritível de perfeição. Os neurotransmissores são produzidos no cérebro e conduzem as emoções de alegria, tristeza, euforia ou desânimo instantaneamente a todas as células.


Livraria e Papelaria Esteiense
Por isso Deus nos lembra: transformai-vos renovando as vossas ideias. Doenças, enfermidades e vícios rapidamente darão lugar a saúde, alegria e libertação, quando emitimos na mente os bons pensamentos. Pelas células transitam também os valores espirituais, por isso, uma oração antes da alimentação, ou mesmo ao tomar um comprimido para dor de cabeça, terá a companhia do espírito invocado. Antes de qualquer atividade, grande ou pequena, renovem com Deus os bons pensamentos, é bem mais econômico e seguro fazer primeiro uma cirurgia individual na nossa mente, do que nos colocarmos nas mãos de um cirurgião médico. O grande problema é quando a mente está nas mãos do maligno, ele então impõe a sua vontade. O fumante não consegue deixar o cigarro; o ébrio a bebida o drogado a droga e mesmo o odioso precisa dormir com o desejo de vingança.

Quando a mente está tomada pelos maus hóspedes, o pobre homem vira miserável escravo dos seus vícios e desejos, então há um remédio, buscar em Deus a fonte da luz para que seus sentinelas tomem conta dos pensamentos, desalojando as medidas de trevas. Um povo escravo foi tirado do Egito pela mão de Deus. Contudo esse povo clamou ao Senhor por libertação, o milagre continua em vigor, basta que façamos uma confissão sincera desejando rejeitar o pecado e Deus recebe autorização para atuar no campo do nosso pensar. Jesus foi um homem diferenciado dos demais por uma simples razão, ocupava com perfeição as medidas de inteligência que lhe foram confiadas. Eu muitas vezes me questiono: Se nós homens conseguíssemos pensar exclusivamente no bem durante toda a jornada? Que seria de nós? Sabemos que uma multidões de maus pensamentos cruza constantemente pela nossa mente. Mas nunca é tarde para começar renovar o ambiente mais nobre que possuímos. Hoje é o dia propicio. E que Deus nos abençoe com o orvalho do céu.

Contato com o autor: mazzarollo@coimpressa.com.br

José Mazzarollo está todos os dias na rádio Metrópole AM 1570, às 8h e 18h; e aos sábados das 17h30min às 16h30min; Todas as
segundas das 19h às 20h, no programa Comando da Cidade na TV Urbana e no Programa Momento Espiritual, todas as segundas das 20h30min às 21h na TV Urbana (UHF 55 e NET 11): também o livro "Receitas Espirituais", está disponível em todas as boas livrarias do Brasil. 
Em Esteio, o livro “Receitas Espirituais”- A fé guarda mistérios ocultos que poucos ousam decifrar-está disponível, com preço especial, na Livraria e Papelaria Esteiense, na Avenida Presidente Vargas, 2258, Esteio, ao lado da agência BANRISUL,
fone: 3473-0909.

Hiram Cachoeira pode se chamar nome de rua em Esteio

Hiram Cachoeira
O projeto está sendo analisado pela Comissão Permanente da Câmara de Vereadores de Esteio

O médico e ex-vereador, Hiram Cachoeira, recentemente falecido, poderá ser homenageado pelo Legislativo esteiense. A proposta da vereadora Jane Battistello (PDT) é que uma das ruas do Loteamento Industrial do Novo Esteio passe a se chamar Hiram Pereira Cachoeira. O projeto está sendo analisado pela Comissão Permanente da Câmara.
Jane Battistello autora do projeto
O médico Hiram Cachoeira, 66 anos, falecido em 11de janeiro de 2012, no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, quando ocupou uma cadeira no Legislativo esteiense na legislatura de 1992 a 1996, foi autor da lei oferecia isenção do pagamento de ISSQN por dois anos para os médicos que viessem se estabelecer em Esteio. Além disso, foi integrante da comissão Permanente de Fianças e Orçamentos e da Comissão de Saúde e Defesa Ecológica e pautou seu mandato pela defesa do cidadão e do patrimônio público. Hiram foi agraciado com títulos de Cidadão Benemérito, em 1998, e Esteiense, em 2006. Graduado pela Faculdade de Medicina de Pelotas participou de cursos de administração hospitalar, entre outros, foi médico coordenador da carteira de acidentes do trabalho; médico perito do INSS e atuou em vários centros clínicos e hospitais, entre eles o São Camilo de Esteio e o Getúlio Vargas, em Sapucaia do Sul.



Danyely Damaceno é a Rainha do Carnaval de Esteio.

A linda Danyely Damaceno é a Rainha do Carnaval de Esteio em 2012
Danyely Damaceno
  A linda jovem da capa é Danyely Damaceno, 17 anos, nacida 3m 3/11/1994, signo escorpião, colorada, mora com os pais Luiz e Rosani, Estuda na Escola Jardim Planalto, cursando 1º ano do segundo grau e quando terminar o ensino médio pretende cursar a faculdade de dança e artes cênicas.

  Dany é uma jovem muito determinada nas coisas que deseja. “Eu quero e se eu quero não importa quantos anos demore, ou quanto tempo eu tenho que lutar para que aquilo que eu quero de certo. Luto até o fim”, disse. “Sou uma pessoa muito amiga de todos, dedicada e carinhosa, com quem é comigo também, por isso eu digo cada um tem a Danyely que merece”, ironizou.
A rainha Danyely Damaceno, de 17 anos, fez parte da corte  do Carnaval 2012, em Esteio, ao lado do rei momo Rodrigo Jankoski, e das  princesas, Hevellyn Gomes e Thais Querolaine Fonseca. (foto: Adriano Rosa da Rocha - PM Eto)

  Seu grande sonho sempre foi ser atriz, ela pensa nisso desde menina. “Antes eu ficava sentada olhando novela e sonhando, até que um dia parei para pensar que nada cai do céu, resolvi me levantar e fazer por mim”, concluiu.

  Com 13 anos participou do primeiro concurso de beleza; Garota Genoma colorada, infelizmente não conquistou o primeiro lugar, mas depois participou de muitos outros onde foi a grande vencedora, entre eles destacamos os concursos Gatinha Jardim Planalto  2008, Rainha Acadêmicos de Niterói 2011, Miss Beleza Negra 2011, Gata Jardim Planalto 2008, 1º Princesa do Ébano 2011, Miss Rio Grande do Sul,  Mundial Juvenil 2012, Rainha do Carnaval de Esteio, 2012.

Dany é a Miss Beleza Negra
   Gosta de pagode, sua banda preferida é o Exaltasamba, ama o Beyoncé, que é a sua grande inspiração. Gosta de pessoas alegres e com força de vontade, da tranquilidade de Esteio e da expointer. Não gosta de falsidade e do Grêmio (rsrsrs) e que em certos momentos Esteio é desvalorizada. Adora desfilar, ler, fazer artesanatos, passear, principalmente com seus amigos e com suas lindas afilhadas. Seu livro preferido é “Você é insubstituível, filme “As branquelas.

  Danyely disse que já passou por momentos difíceis na vida, mas que Deus nunca deixou ela se afastar da Sua presença, em momento algum. “Tudo que eu ganho e o que faço sempre agradeço há Ele” finalizou.

 Segundo o nosso astrólogo Isho, Dany é uma jovem com sentimentos e emoções poderosas, tem sentido de finalidade; altamente imaginativa. Com grande capacidade de discernimento sutil é persistente e muito determinada na consecução dos seus objetivos.  É ciumenta, teimosa (um pouquinho rancorosa), obstinada e ás vezes, reticente e desconfiada.

Eleição presidencial brasileira de 1960, em Esteio.

  Na foto alguns integrantes do Comitê Ademar de Barros (Partido Social Progressista -PSP), no prédio da imobiliária do corretor Paiva, na época estabelecida Avenida Presidente Vargas, 1656, defronte ao Clube do Comércio. Você conhece algum destes ademaristas?

Em 1960 o PSD - Partido Social Democrata e o PTB - Partido Trabalhista Brasileiro (governistas) lançaram a candidatura do Marechal Henrique Teixeira (PSD – Rio de Janeiro). O Partido Social Progressista lançou Ademar de Barros (PSP – São Paulo) com o slogam "dessa vez, vamos com Adhemar", mas a vitória ficou com o homem da vassourinha, professor Jânio Quadros (foto ao lado) (PTN - Mato Grosso e São Paulo), com a promessa de combate à corrupção e varrer a bandalheira, usou como símbolo de sua campanha a vassoura (lembram do jingle Varre, varre, vassourinha?). Aos poucos ganhou adesões em outras pequenas legendas, finalmente contou com o apoio dos eleitores da UDN e venceu a eleição com 5.636.623 votos (48% dos votos válidos), inclusive com apoios no PTB, e na classe popular que elegeu para vice-presidente João Goulart (PTB – Rio Grande do Sul), derrotando com 4.547.010 votos (36,1 dos votos válidos), o candidato Milton Campos da UDN - União Democrática Nacional. 

Na foto acima, em frente ao comitê político  do PSP, em Esteio o “V” da vitória de Adhemar no Município e Juarez, um estudante esteiense, aluno da Escola Tri-centenário La Salle, com o uniforme colegial.
Em Esteio venceu Adhemar de Barros (foto ao lado) do PSP e a eleição de 1960, por aqui também se caracterizou por grande participação da população. Foram muitos comícios pela cidade onde o uso dos símbolos como as vassouras dos janistas, as espadas dos adeptos de Lott, os trevos ou a bóias salva-vidas dos ademaristas ersm s sensação do momento. A grande utilização das emissoras de rádio e  a televisão (novidade), foram utilizadas como meio de propaganda eleitoral. Jânio Quadros venceu em 21 Estados e no Distrito Federal.

  No total de 12.586.354 votos, Jânio Quadros saiu vitorioso com 5.636.623 votos (48% dos votos válidos), contra 3.846.825 (32%) dados ao marechal Lott e 2.195.709 (20%) a Ademar de Barros.  Foram 433.391 votos brancos e 473.806 votos nulos.







Canção da Criança Esteiense

Pequenos Cantores do La Salle - Esteio 1975

Brilha o Sol nas planícies infindas
Resplandece minha terra querida
Eu te adoro em cada alvorecer
Linda cidade que me viu nascer
Canto a glória do teu passado
A presente glória industrial
Hoje crianças, futuros bacharéis
Deixaremos a teus pés
Nossos lauréis.
Tu és Esteio meu berço de criança
És pujança de um povo varonil
Com  tanto amor eu canto esta canção
Trás alegria ao meu coração
Tu és Esteio anseio de progresso
E nestes versos eu quero te exaltar
Terra gaúcha, meu orgulho meu altar
Eu me sinto tão feliz por te amar.
(Bis) As crianças brincando
Sob o céu do Rio Grande
As crianças te amando
Oh! meu Brasil

Composição musical, letra e música: Lufredina de Araujo Gaya. Gravado pelo Estúdio ISAEC - Gravações e Produções. Interpretação: Pequenos Cantores do La Salle e Banda do 9º  BPM. Gravado na administração do prefeito Juan Pio Germano.




Hino de Esteio


Esteio do Rio Grande
E do Brasil
Nós havemos de lutar
Por tua glória
Cidade do trabalho
É do progresso
És um exemplo de civismo
E de valor
Sacrário estrelado
És Rio Grande
Tu prometes um belo porvir
Cobrindo um recanto
Da pátria gentil
Tu vibras em nossos corações
Marchai comigo
Cantando com ardor este hino
Olhai para a frente
Por um futuro independente
Todos unidos
Enalteçamos a nossa terra
Com emoção e ternura te saudamos
Esteio, Esteio do Brasil!

A Lei Municipal Nº 427/63, oficializou a marcha “Hino de Esteio” em 14 de maio de 1963, pelo Presidente da Câmara, vereador Darcy Zolim (PTB). Composição musical - letra e música de Lufredina de Araujo Gaya.

Sem poder econômico os armazéns de Esteio não sobreviveram ao tempo

Armazém Santa Ana localizado na Avenida Salgado Filho,em Curitiba é um estabelecimento que abriu suas portas em 1934. O armazém preserva artefatos antigos, que compõem a sua decoração e lembram os armazéns de Esteio. (foto ilustrativa - brasilimperdivel.tur.br)

Com a instalação dos grandes supermercados em Esteio; Nacional, Rissul e Big, os avanços da tecnologia foram colocados a disposição dos clientes. 

  Destacamos os cartões de crédito, a informatização, as amplas e modernas instalações com estacionamentos privativos e funcionários especializados, mas que não conhecem a grande maioria dos clientes. Tudo isto é muito estranho para quem conheceu o Município de Esteio antes da sua emancipação, quando ainda era a “Villa do Esteio” e não havia supermercados, centros comerciais, shoppings e outras modernidades.

  Naquela época, os esteienses realizavam suas compras, nos armazéns ou nas vendas, como também eram conhecidos estes locais que comercializavam diversas mercadorias. Atualmente seria praticamente impossível obter todas as informações das dezenas de armazéns que se estabeleceram em Esteio, mas mesmo assim vamos tentar descrever alguns detalhes e costumes da época.

  Na fachada do prédio sempre estava escrito a palavra: “Armazém”, acompanhado do nome que nem sempre era mais conhecido do que o do seu proprietário. Em segundo plano podia se ler as palavras: ”Seccos e Molhados, Fazendas, Armarinhos e Miudezas em Geral”. Os mais conhecidos eram lembrados pelo nome dos proprietários: Aparício dos Santos, Luiz Guizzoni, Pedro Cardoso, Egon e dona Laide, Olário Schmidt, Acendino Alves da Silva, Artur Dossena – O Baratilho São Paulo, na rua La Salle, esquina com a rua Alegrete,  Octávio Silveira Borges , Armazém e Açougue Maricá; na Rua Arnald Bard, hoje Av. Padre Claret esquina com a Av. Presidente Vargas (Farmácia Panvel), Zagonel – Nacional, Brasil do Piccioni, Linos Müller e o Bar Tupy do Stork, que também vendia de tudo um pouco. Naquele tempo, os armazéns não eram assaltados, havia muita tranquilidade e segurança. Esteio era uma cidade bem diferente, a maioria das pessoas também.

  Atrás do balcão do armazém, geralmente havia uma enorme geladeira branca, com dois andares, oito portas, com um grande e barulhento motor elétrico em cima. Citamos o armazém do seu Scherer, parada 6, da rua 24 de agosto, por exemplo, mas os primeiros armazéns, inclusive o dele,  no início não dispunham deste luxo. Um balcão de alvenaria protegia uma tampa de madeira, no chão e embaixo uma corda que alcançava o fundo de um poço onde o seu Scherer armazenava as caixas com garrafas de bebidas que necessitavam de resfriamento.  Muito tempo depois apareceu a geladeira, uma espécie de cofre retangular, de metal revestido de madeira com uma porta onde, diariamente, eram colocadas grandes e pesadas barras de gelo, juntamente com serragem, muito antes dos conhecidos refrigeradores elétricos.  

  As paredes da venda, como também era chamado o armazém, eram cercadas por “escariola” (escaiola, que muitos dizem erradamente “escariola”, é criação italiana (scagliuola), uma espécie de revestimento de paredes, com preparação de gesso e cola ou cimento branco que resulta um revestimento liso e lavável para paredes, podendo imitar pedra, mármore, ou outras texturas juntados à sua massa “cimento queimado”, com desenhos coloridos (com pó de tinta xadrez, lembram?), pois não existia cerâmica ou azulejos. O ambiente geralmente cheirava a fumo em rolo, querosene, aguardente, lacticínios, queijos, lingüiça, salame e charque. Em cima do balcão ficava o torresmo e o queijo novo. Os salames, lingüiças e costelas defumadas ficavam penduradas em um cabo de vassoura suspenso em linha horizontal, pelas pontas, por dois arames pregados no forro.

  Geralmente o armazém era mal iluminado, atendido pelo proprietário, um homem de meia idade, gordo, conversador e bonachão que descansava o lápis atrás da orelha, auxiliado por um ajudante que entregava o rancho de carroça com um cavalo (matungo ou pangaré), na casa do comprador. Diariamente ele levantava bem cedinho pra receber o pão sovado, d’água ou doce, os tarros de leite diretamente dos tambos ou o leite em caixas de metal com garrafas de vidro do Deal (no ano de 1947 o Departamento Estadual de Abastecimento de Leite passou a usar a denominação “Deal”), leite em caixinha nem existia, depois serrar e rachar lenha com a machadinha para acender o fogão.

  Quando não havia uma tulha, uma espécie de celeiro, uma grande arca usada para guardar cereais ou outros produtos. No chão, pelo lado de fora do balcão, havia muitos sacos de linhagem com a “boca aberta” e virada para cima, contendo arroz, feijão, farinha, erva-mate, batata e amendoim que eram vendidos a granel, recolhidos com uma concha de metal, empacotados na hora com papel comum e cordel fino ou barbante. Em cima dos sacos, geralmente a gente encontrava um ou dois gatos deitados, sonolentos, preguiçosos e dormindo a maior parte do tempo. Da porta para fora não era difícil encontrar um cachorro (cusco) enroscado, sem o menor movimento, observando os transeuntes. O “cusco”, geralmente pertencia a algum cliente que fazia suas compras ou “jogava conversa fora”.

  Lá na venda (armazém) a gente encontrava pó de café, Toddy, pão sovado, d’água ou doce, pasteis, mata-fome, mil folhas, bolo inglês, Q-suco, arroz, feijão, açúcar, massa, vassoura de palha, guainxuma e piaçava, tesouras, facas, creolina, os venenos Tatuzinho, Fumeta, Flitz, espiral Boa Noite – mata moscas e mosquitos, laquê, brilhantina (Glostora), gumex para o cabelo, perfume (estrato), banha de porco, charque, querosene (Marca Jacaré), saponáceo, fogareiro, lampião, espiriteira (fogareiro a álcool), goma arábica e papel celofane para fazer pandorga (papagaio ou pipa), galinha, ovos, lingüiça, torresmo e material escolar. Vendiam também artigos para fumantes, cigarros avulsos ou em maços das seguintes marcas: Tufuma, Liberthy, Hudson, Quetal, Marrocos, Eldorado, Continental, fumo em rolo e palha de milho para confeccionar os tradicionais “palheiros”. Álbum de figurinhas, refrigerantes; Laranjinha, Kruch, Coca-Cola, Grapette, Gazoza, Baré-cola, Pepsi-cola e Soda limonada. Tecidos em rolo eram vendidos em metro e medidos com um pedaço de madeira de acordo com o pedido do cliente. 

  Alguns armazéns vendiam carnes, louças, panelas e até medicamentos, entre eles; Emulsão Scott, Rum Creosotado, Regulador Xavier, Elixir Paregórico, Biotônico Fontoura (fortificante e antianêmico criado em 1910), Phimatosan, Pilulas Lussen e as do Doutor Ross (pequeninas, mas resolvem), xarópe Bromil (o amigo do peito) e São João. As bananas eram vendidas em unidades (dúzias), a lenha em talhas e o pão a quilo. No fundo do armazém poderíamos encontrar enxada, pá, ancinho, alicate, torquês, armadilhas, gaiolas, alçapão, rolos de arame farpado para cercas e fole para fumigação com pó de gafanhoto ou Tatuzinho.

  A maior parte das mercadorias ficava em prateleiras atrás do balcão de madeira. O balcão era bastante arranhado pelo uso, manchado com círculos de umidade dos copos de bebidas e nas beiradas, muito queimado com o calor das baganas ou tocos de cigarros dos clientes. O balcão sempre apoiava uma balança usada para pesar quase tudo que era vendido. A balança era composta por dois pratos de metal amarelo, um de cada lado dos “fieis”, duas ponteirinhas que acusavam o equilíbrio da mercadoria com os pesos de ferro ou bronze, colocados em cima de um dos pratos. Depois os pesos eram guardados num suporte de madeira cheio de buraquinhos organizados em tamanhos diferentes desde os menores, até os maiores e mais pesados. Tudo isso, muito antes das balanças Filizola, aquelas com apenas um prato e um ponteiro. Balanças Eletro eletrônicas e digitais ainda não existiam, eram coisas de outro mundo.

  Nos armazéns não existiam caixa registradora (nem à manivela), o dinheiro era guardado em uma gaveta embaixo do balcão, sobre o qual ficava o baleiro, um carrossel de vidros cheios de balas; Quebra-queixo, Brocoió, Mocinho, Xaxá, rapadurinhas, Torrão-gaúcho, chicletes Adams e sorvete “quente” - uma espécie de bola de massa, maria-mole açucarada em uma casquinha. Em baixo, no balcão, havia uma vitrine de vidro onde eram expostas as bijuterias e algumas peças de roupas; calças de brim Coringa – “Far-west”, camisa volta ao mundo, bomlom, islaque, alpargatas, tamancos, guides, congas e chinelos de couro. Enfim, no armazém se poderia comprar tudo em matéria de secos e molhados, fazendas, armarinhos e ferragens em geral. O papel higiênico, por exemplo, não era muito comercializado, pois a maioria das pessoas utilizava na latrina (patente), jornais velhos e papéis de embalagem dos pães que eram bem macios para higiene íntima.

  Era comum encontrar no armazém um quadro humorístico, com uma ilustração dividida em duas partes. Na primeira parte, um homem magricela, mal vestido, assentado no chão, num armazém com prateleiras vazias, cheias de teias de aranha e ratos, um cão “guaipéca” magro, com os dizeres; “Eu vendi fiado”. Na outra metade do quadro, um homem gordo, bem sucedido, bochechas rasadas, papada redonda, assentado numa poltrona, numa loja rica, cofre aberto cheio de dinheiro, fumando um charuto, com os dizeres: “Eu vendi a dinheiro”.

  Não havia jornais, revistas ou emissora de rádio locais. Poucos armazéns mantinham um rádio com válvulas, aquele que depois de ligado demorava em transmitir a voz do “Spiquer”, o locutor que continuava falando, por mais algum tempo, depois que o rádio era desligado. No Esteio de antigamente, a emissora mais ouvida em amplitude modulada (AM) era a Rádio Sociedade Gaúcha. Algumas emissoras de São Paulo e Rio de Janeiro também chegavam por aqui, mas em ondas curtas, principalmente à noite.


 As mulheres, diariamente, pela manhã, adquiriam tudo que era necessário para a dispensa e consumo da família. Muitos utilizavam o sistema de conta no caderno oferecido para as pessoas mais conhecidas, que eram fregueses do armazém.  Consistia de uma caderneta para cada família onde eram anotadas as compras. Quando o comerciante recebia o dinheiro, as anotações eram riscadas e a dívida ou conta estava paga.

  No final da tarde os homens chegavam do trabalho para tomar aperitivos; cachaça com Undeberg, coquinho, butiá, funcho, abacaxi, losna, Conhaque de alcatrão São João da Barra (desde 1908), jogar cartas, dominó e beliscar, uma provinha de picadinhos de queijo com “salamito” (salame italiano), pepino, torresmo ou outra coisa qualquer, defronte ao balcão ou em uma pequena mesa no cantinho do armazém. Era a hora de botar a conversa em dia, fazer fofocas, mentir um pouco, contar piadas, causos e saber de boca a ouvido o que se passava na vida da pequena família esteiense, o que ajudava há passar o tempo e a monotonia de uma cidade que não conhecia supermercados, centros comerciais, shoppings, grande trânsito de veículos, Televisão, Internet banda larga, lixo, poluição ou os perigos de viver com insegurança. 

  Dá Villa do Esteio, em 15 de março de 1944, do 11° distrito de São Leopoldo, em 21 de março de 1950 ao Município de Esteio, em 28 de fevereiro de 1955, muitos anos se passaram e a população comprava diariamente nos armazéns, até que os primeiros supermercados começaram a aparecer por aqui. Atualmente os produtos foram se modificando e a forma de vender também. Os armazéns não sobrevivam ao tempo, no entanto, o clima dos armazéns continua presente na lembrança dos esteienses que viveram esse passado que tanto nos orgulha.



Homenagem ao Dr. Ildo Meneghetti

Dr. Ildo Meneghetti
  Quando percorremos a vila do Esteio e os nossos olhos vão constatando o progresso sempre ascendente desta maravilhosa e novel localidade. Elevamos o coração para o alto numa prece de agradecimento pelas graças que lá nos têm vindo com abundância e divina prodigalidade.

  Lembramos, então, os homens de que se serviu o Creador para artífices da grande obra. E um nome de pronto se impõe: dr. Ildo Meneghetti.

Desde seus primórdios, quando Esteio deixava de ser a fazendo que era para transformar-se a famosa vila de hoje.  Cidade de amanhã, vimos de pronto o carinho e o amor com que o dr. Ildo Meneghetti atendia  sempre, cheio de alegria, a tudo que dizia respeito às terras onde ruas e avenidas eram demarcadas e rasgadas segundo as regras do moderno urbanismo, demonstrando a sabedoria, o gosto e a habilidade do distinto engenheiro que é o dr. Ildo Meneghetti.

E tudo ia provendo, sem poupança de capitais, pensando menos nos resultados pecuniários que traria essa operação à sua opulenta firma do que na sua firme intenção de fazer da velha fazenda uma cidade moderna, digna de figurar entre suas co-irmãs da sempre querida terra da pampa gaúcha.

  E assim foi, e assim vai continuando. Si a elevação de Esteio à categoria de vila foi uma conquista de seu laborioso povo, cuja atividade se manifestou nas mais variadas indústrias, é certo, também, que o amparo que lhe deu a opulenta firma Dahne, Conceição & Comp., foi poderoso contributo para vencer o caminho  até aqui percorrido e alcançarmos, em futuro próximo, a meta colimada.

  Pois bem, o dr Ildo Meneghetti, membro proeminente da grande empresa, tem sido sempre o grande amigo de Esteio e tantos e tão grandes têm sido os benefícios recebidos por seu intermédio, que Esteio terá seu dia, talvez bem próximo, de prestar em uma de suas praças a homenagem a que faz jus o distinto engenheiro.

  O povo da Vila Esteio reconhecerá, assim, o mérito do seu grande amigo e sábio benfeitor.
Extraído da “Monografia da Vila Esteio”  Editada em 14 de março de 1944 – por José Thomaz Perez

Esteio, 28 de fevereiro, 57 anos de Emancipação Política e Administrativa

Acesso principal ao Município de Esteio em 1960.
Memórias de uma cidade aniversariante

   Nasci em Esteio quatro anos depois do povoado ser elevado a Villa do Esteio, em 1944.  Tudo era precário e pouco ou quase nenhuma diferença havia em relação os demais distritos da região, mas, nos últimos anos, importantes melhoramentos foram introduzidos, não só nesta cidade, como em todo Vale dos Sinos. Naquela época as ruas eram acanhadas. Eram exceção as mais centrais como a Rua São Leopoldo (“A Faixinha”, atual Av. Presidente Vargas), e a Rua Quatro de Agosto (atual Rua 24 de Agosto), as Ruas  Soledade e Dom Pedro, passando pelas Ruas Arnaldo Bard  (atual Av.Padre Claret), Frederico Von Boch (Ex-Rua Cordeiro de Farias (atual Rua José Machado Lópes), São Lourenço (atual Rua Pedro Lerbach), Bagé (atual Rua Padre Felipe), Santa Cruz (atual Rua Fernando Ferrari), onde viviam os esteienses e aí terminava o mapa e a zona urbana do distrito. Muito tempo depois construíram a Rua Camaquã (atual Av. Senador Salgado Filho). A grande maioria das ruas  não tinha calçamento e, se o tinha, como a Rua Camaquã e a Rua Quatro de Agosto, era apenas numa estreita faixa das suas partes centrais. As demais eram de barro, com muita lama no inverno e poeira no verão. A cidade, por sua vez, limitava-se, praticamente, entre a estrada da Rodovia (atual BR 116), ao Oeste, a Rua Jacarandá (atual Av. João Neves da Fontoura), ao Leste, a Rua Soledade, ao Norte e a Rua Dom Pedro, ao Sul. Além do que descrevi, tudo o mais eram áreas rurais, com casas espaças, em ruas ainda em formação.

Vista parcial da Villa do Esteio em 1944. (Foto: Monografia Vila Esteio)
   Com relão aos serviços urbanos, Esteio dispunha-se, de quase nada, a água era captada em poços. Na praça da “Caixa d’água” na parada 19 e da Bandeira (atual Irmão Egídio Justo), Praça do Triângulo, hoje da Bíblia e na Parada 15 também havia uma “bica “ e a água era distribuída à população em torneiras públicas, também sem qualquer tratamento, e isso – diga-se de passagem - apenas para um pequeno número de residências que existia.  A água do Rio dos Sinos, arroios e açudes era limpa e cristalina, peixe era o que não faltava.  A iluminação pública  limitada a poucos postes e com lâmpadas de 100 velas, por conta da Força e Luz ou Light and Power, depois, encampada pelo governador Brizola que fundou a Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE. O transporte coletivo também era precaríssimo e por conta da Empresa Amador, do seu Amador dos Santos Fernandes. Depois chegaram dois ônibus para linhas urbanas (lembram do seu Julinho, o choufer?) do seu Hélio, que também era o proprietário da Sociedade Avenida “O Ponto Chic” (atual Tumelero). Tínhamos para diversão o Cine-Teatro Imperial, os Clubes Aliança, Comércio, “Pau no Meio”, Cruz Maltina e Marechal Rondon. Entre os  esportivos destacamos o 11 Esteiense,  Madureira,  Internacionalzinho e o Agrimer.

  Na esquina da Arnaldo Bard (atual parada 15) onde existe um posto de combustível, era a sede do Circulo Operário Esteiense que auxiliava a comunidade. 

  A associação entregava a construção do Hospital São Camilo ao poder público concluir e administrar. Os médicos mais conhecidos eram o Dr. Eduardo Duarte, o jovem Dr. Paulo Borges, que reside no centro da cidade, o Dr.”Oséias” e o Dr. Ervino (já falecidos). 

   Entre as empresas que ainda me lembro destaco a Samrig, Três Portos-fábrica de papel, Banco Industrial e Comercial do Sul - antigo Banco Pfeiffer, Fundição Esteio do Adolf  Wolff, Fábrica de Tesouras, Metais, e Graxa Patente Atlas, a Solange na Rua Caí, , J. Pauluzzi – fábrica de telhas e tijolos, a Electro-Chímicas - Fábrica de Sulfato, a carpintaria do Friedo Haack, a Casa Funerária Weber, entre outras. 

Vista parcial da Villa do Esteio em 1944. (Foto: Monografia Vila Esteio)
    Até os anos 50, para se ir ao aeroporto São João (aantigo Salgado Filho), localizado, na época, num dos bairros de Porto Alegre, dispunha-se de duas opções: Trem da Viação Férrea, “Maria Fumaça”ou os ônibus da linha circular (Aclos) que mais chovia dentro do que fora e dificilmente se chegava na capital sem fazer uma ou duas baldeações. Essa situação só veio melhorar no final dos anos 60, com o surgimento de alguns veículos mais “novos” da Empresa (Lembra do seu João Carlos, o choufer?). Muito antes, um número bem pequeno de veículos velhos e importados circulava pela Vila Esteio, alguns construídos com o aproveitamento de partes de outras viaturas, pelos mecânicos, que também consertavam tratores e implementos agrícolas, na grande maioria, dirigidos por motoristas sem habilitação, não obstante com larga experiência no volante, da mesma forma que os próprios veículos, como a maioria que circulavam no distrito, não possuíam o competente registro. Essa situação só veio se regularizar com a instalação do município, mas muito tempo depois da sua emancipação.

    Na Vila Esteio, em 1944, segundo registros, existiam 15 escolas e as casas dos professores que ensinava um pequeno grupo de crianças eram consideradas “aulas isoladas”. Entre elas, existiam as aulas isoladas Scharlau, Ramires e Julio de Castilhos - turno dia e noite, além do Grupo Escolar do Estado e Municipal Bento Gonçalves, Escolas Serafim Pereira de Vargas, Adventista, Luterana São João, Jardim da Infância e o Exército da Salvação - para meninos e meninas, todos com grande freqüência escolar e Esteio contava com 5.504 habitantes, sendo que 1.185 eram crianças que na sua grande maioria freqüentava os bancos escolares. 

   Vários anos se passaram sem que, todavia, houvesse qualquer tipo de melhoramento no aspecto urbanístico da cidade, que só experimentou alguma mudança, assim mesmo muito timidamente, na  gestão do prefeito Luiz Alécio Frainer, primeiro prefeito de Esteio, quando se deu a construção de pontes, a abertura de novas ruas, o alargamento e regularização de outras.

    No início da década de 60 a população crescia, no entanto, a uma taxa nunca imaginada, ao mesmo tempo em que o êxodo rural, provocado pela chegada da modernidade, causava uma verdadeira inchação da cidade, com a ocupação irregular e desordenada da sua periferia pelos grandes contingentes de egressos das cidades do interior do Estado que, diariamente, chegavam a Esteio em busca de trabalho na Cia. de Cimento Gaúcho, Brasilit, Artefina, Sulfato e fábrica de papel e Lansul de Sapucaia, 7° Distrito de São Leopoldo.
 
   O surgimento dos conjuntos habitacionais inicia na década seguinte, por outro lado, passaram, rapidamente, a ocupar grandes áreas, que antes eram pastos e foram transformados em ruas, fazendo com que a cidade se alastrasse em todas as suas direções.

   A vida das pessoas, contudo, só se deteriorava, enquanto o sentimento de amor à terra parecia não mais existir. Esteio era, enfim, uma cidade mal estruturada, sem nenhum encanto e onde as pessoas começavam a não se sentir bem.
Luiz Alécio Frainer - o primeiro prefeito de Esteio

  Os políticos se sucediam nos cargos, empresas se estabeleciam, os terrenos baldios eram ocupados com novas construções e a cidadezinha sossegada e tranqüila, caminhava a passos rápidos e largos para o progresso e a poluição ambiental. E graças às grandes transformações introduzidas pelo primeiro sub-prefeito Jorge de Souza Moraes e, com muita competência, continuadas por seus sucessores eleitos; Luiz Alécio Frainer . Galvani Dorneles Guedes, Adão Ely Johann, Clodovino Soares, Juan Pio Germano, Lizandro Araújo Filho (já falecidos), Enéas Teredo Buscari, Getúlio Lemes Fontoura, Vanderlan Carvalho Vasconselos, Sandra Beatriz Silveira e atualmente Gilmar Antonio Rinaldi.

  O município tem, hoje, mal o bem, foros de uma cidade verdadeiramente moderna, com todos os benefícios e seus problemas; praças mal cuidadas e jardins mal ornamentados, que poderiam revigorar e embelezar a cidade, dando mais condições de lazer e bem-estar para o povo. As estradas, ruas e avenidas, por sua vez, além de uma antiga pavimentação, mal conservada, na sua maioria foram bem estruturadas, empresas que oferecem emprego, contribuem para os cofres públicos e poluem a terra, ar e água em nome do progresso. Esteio (não é por acaso este nome), aos olhos de quem ama este lugar, ainda é uma cidade boa de morar, com grandes atrativos, não deixando a desejar, em relação a muitas outras cidades do Estado. Olhando para o passado a população ordeira e trabalhadora, na sua grande maioria, finalmente, tem do que se orgulhar, além de motivos para ter o seu sentimento de amor à terra revigorado, com reflexos altamente positivos na sua própria auto-estima, o que me leva a dizer que o nosso Esteio, do Rio Grande e do Brasil, apesar de todos os percalços, em 57 anos de vida rejuvenesceu a cada dia, enquanto eu, só envelheci.
 

Qual é a origem do nome Esteio?

“Esta é uma interrogação que a nós mesmos temos feito, inúmeras vezes, e, por mais que pesquisamos, não encontramos até hoje (15 de março de 1944) resposta que nos satisfaça.”

Coronel José Pereira de Vargas Firmo -  Esteio 1944.

Qual é a origem do nosso topônimo?

   Como verá em outro lugar desta monografia, as terras que hoje compreendem os lides da nossa vila, pertenceram outrora à sesmaria conferida à Francisco Pinto Bandeira, pai de Rafael, o grande fronteiro.

   Por sucessão, passaram à propriedade deste e, posteriormente, à sua viúva, casada em segundas núpcias com o Desembargador Bragança. Daí o ser conhecido até hoje a parte da estrada que assinala a divisa São Leopoldo - Canoas como Volta da Brigadeira.

   Mas, e Esteio? Pois bem, a nossa vila compreende a fazenda adquirida à sucessão Serafim Pereira de Vargas, sendo que este foi seu proprietário  e aqui viveu longa existência, tendo falecido em 20 de julho de 1916.


Fazenda do Esteio - O velho solar do Cel. Serafim Pereira de Vargas - 1934

A casa da Velha Fazenda, já modificada pelo seu atual proprietário Pedro Schuck - 1944
  Serafim de Vargas, adquirindo frações de campo a vários proprietários, constituiu a fazenda que compreendia para mais de quinze milhões de metros quadrados; povoou-a  com números de rezes vacuns que ultrapassa a mais de dois mil, isto sem contar as espécies cavalares e suínas. Sua residência, a velha casa solarenga, substituiu até bem pouco tempo, sendo demolida para dar lugar a uma nova construção, a residência do Sr. Pedro Schuck, atual proprietário de uma parte da velha fazenda.

   E foi nessa casa que viveu o então coronel Serafim Pereira de Vargas, que foi homem de grande influência, acatado e respeitado chefe político conservador, cuja figura e ainda nos dias de hoje relembrada com veneração pelos que com ele privaram e sobrevivem de um tempo que se vai perdendo nas brumas de um passado longínquo.

   Em Sapucaia vive seu único filho, o coronel João Pereira de Vargas Firmo, de quem colhemos algumas informações interessantes para reconstituir a vida do Esteio.

   Foram donos destas terras, precedendo o coronel Serafim, Tomé Luiz de Vargas, Manoel José da Silveira (Maneca Serafim), Firmino José Gomes, e outros, cujos nomes escapam à memória do nosso informante.

Residência do Cel. José Pereira de Vargas Firmo.

Casa de residência de Pedro Schuck, construida em dezembro de 1943.

   A fazenda assim constituída tinha por limites, ao Norte com terras de Manoel José da Silveira , ao Sul pelo Arroio Sapucaia, a Leste com Felisbino Nunes Mesquita, e a Oeste com o Rio dos Sinos.  Povoada, como dissemos, três rodeios eram parados periodicamente, o que atesta a excelência das pastagens das terras hoje cortadas pelas ruas e avenidas da vila.

   Em 1873 foi traçada, como sabemos, a Estrada de Ferro Porto Alegre - Novo Hamburgo e esse traçado cortou a fazenda em toda a sua extensão. E a propósito, contou-nos o coronel Janjão, um episódio que bem interessante é, que se enquadra neste retrospecto que fazemos ao passado de Esteio.

   Quando consultado sobre a passagem da estrada sobre suas terras, o coronel Serafim de Vargas, contrastando com a resolução de outros proprietários, declinou de qualquer indenização a que tinha direito, exigindo apenas que a companhia que exploraria a estrada mantivesse duas cancelas, às suas expensas, afim de facilitar o bebedouro do gado. Assim foi assentado; entretanto, estabelecido o corredor, a companhia mandou a chave das citadas cancelas para que o dono da fazenda mantivesse um empregado efetivo para dar passagem aos trens; com essa arbitrária resolução não esteve de acordo o coronel Serafim que, por intermédio de um advogado, propôs uma ação contra a companhia.

    .A demanda durou alguns anos, sendo, afinal, decidida no então Tribunal de Relação, com ganho de causa para o coronel Serafim. Era desembargador na época, o dr. Paulino Chaves, conhecido magistrado que, sem heresia lembramos, tinha o apelido de Papa Perú.

Outro epsódio interessante, nessa movimentada questão, é que o advogado da companhia era o dr. Barcelos que, chefe conservador, tinha em Serafim Pereira de Vargas um ardoroso correligionário...

E esse fato fez com que o dr. Barcelos incorresse em acre censura de sua esposa, apaixonada da política de seu marido, que lhe dirigiu certa vez, diante de extranhos, a seguinte interrogação: - “Doutor (assim ela sempre se dirigia a seu esposo), si tu não aceitasse essa causa nós morreríamos de fome?”


Mapa da Villa do Esteio - 1944:



É tempo de chegarmos a terno. Esteio, a nosso ver, teve o seu nome de batismo com a vinda da Estrada de Ferro. No local onde assenta a atual estação, local situado entre as duas pontes atuais, deve ter existido, forçosamente, um esteio, talvez um lugar de marcação de animais, e por isso esse local chamava-se Esteio. Com a estrada de ferro, ali foi estabelecida uma parada – a parada do Esteio, como todos nas estamos lembrados. E Esteio ficou para a vila de hoje, a cuja elevação de categoria estamos celebrando, honrosa conquista alcançada pelo trabalho profícuo de uma inteira população.

Extraído da “Monografia da Villa do Esteio”  Editada em 14 de março de 1944 – por José Thomaz Perez