Ex-prefeito de Esteio, Vanderlan Vasconselos, usa sua experiência administrativa com o objetivo de valorizar a utilização dos mananciais hídricos gaúchos pelo bom desenvolvimento do Estado
O ex-prefeito de Esteio, Vanderlan Vasconselos (PSB), completou no dia 5 de maio, 100 dias à frente da Superintendência de Portos e Hidrovias do Estado (SPH). A Autarquia é uma das mais importantes do governo e tem como principal compromisso a manutenção e fiscalização de todas as hidrovias do RS, em especial, a que liga o Porto de Porto Alegre com a saída para o oceano Atlantico em Rio Grande. Neste canal, que conta com 350 quilômetros de extensão, chegam pelo menos um terço da economia Gaúcha.
Desde que assumiu a SPH, Vanderlan se dedicou a um projeto em especial: valorizar o uso da hidrovia. “Vivemos em um tempo em que nossas estradas estão saturadas. Os canais hidroviárrios são as alternativas de transporte mais econômico e eficaz do mundo, assim como a ferrovia. No Brasil, os investimentos neste setor pararam e uma das principais vias de fluxo de produtos deixou de ser aproveitada como deveria”, afirmou. “Mesmo assim, o RS, que não tem uma forte tradição de porto, movimenta através dos rios e lagoas, um terço da sua economia.”
A maior dificuldade que enfrentou ao assumir o cargo, foi a manutenção da hidrovia, obrigação institucional do Estado, através da Autarquia. “O quadro que nos deparamos era lamentável. Temos quatro dragas com mais de 50 anos e todas estavam fora de operação por não termos recursos para reformá-las. Há um mês conseguimos colocar uma em funcionamento e este equipamento está realizando a dragagem do Rio Gravataí”, disse.
O Superintendente explicou ainda que os recursos encontrados em caixa para a execução do serviço de dragagem para todas as hidrovias era de R$ 50 mil. “No ano passado o governo destinou cerca de R$ 3,5 milhões para este serviço e não foi executado. Os recursos foram devolvidos e hoje enfrentamos uma realidade bastante difícil para manter as hidrovias em pleno funcionamento”, disse.
PROJETOS VISAM CRESCIMENTO DA REGIÃO
Vanderlan destacou que algumas medidas estão sendo tomadas para garantir que a hidrovia não pare e especialmente, se qualifique, visando projetos futuros, como a Copa de 2014. “Temos potencial hidroviário e estrutural para implantar um terminal turístico junto ao Cais Navegantes. Já começamos a trabalhar com este projeto a partir da retirada dos navios inoperantes que estavam em uma doca do mesmo Cais”, disse. O projeto com o Terminal Turístico prevê a integração aos modais ferroviário e rodoviário já existentes no Centro de Porto Alegre. “A partir de agora precisamos trabalhar para garantir a dragagem para ampliar o calado – profundidade - do canal de navegação para garantir que navios com capacidade para até 3 mil passageiros possam atracar em nosso porto e daí os principais pontos turisticos de nosso Estado.”, disse.
Outro importante projeto que está em processo de realização é a travessia Porto Alegre Guaíba. A proposta foi lançada no ano passado, mas sem a tomada de medidas importantes, como a realização do levantamento das condições do canal de navegação em um trecho de quase 2 quilômetros, junto ao terminal de passageiros em Guaíba. “O governo passado começou a casa pelo telhado”, disse. “Antes de lançar a linha, algumas medidas eram extremamente necessárias, entre as quais, a realização da dragagem do canal de navegação, sinalização náutica e a cedência dos espaços que servirão para atracadouro dos catamarãs e terminal hidroviário de passageiros”, destacou.
Essas ações, segundo Vanderlan, só foram feitas durante esta gestão. A liberação de um armazém que servia como depósito para máquinas de caça níqueis e a negociação com o Grêmio Náutico União, que atualmente se utiliza da doca onde os catamarãs deverão atracar para embarque e desembarque de passageiros aconteceu durante o mês de março. Já a dragagem do canal, que implica na remoção de 110.564,20 metros cúbicos de resíduo de um trecho de 1,8 quilômetro e 50 metros de largura, aguarda a liberação de cerca de R$ 1,8 milhão para a execução do serviço.
A previsão é de que a travessia comece a funcionar a partir de outubro deste ano.
PARCERIAS SÃO FIRMADAS PARA GERAR ECONOMIA
Desde o mês de março, Vanderlan Vasconselos estabeleceu a busca de apoio de instituições diretamente envolvidas com a preservação e a fiscalização dos recursos hídricos a fim de realizar uma Parceria Público Privada ente SPH e mineradores de areia,. Segundo ele, o Estado tem por obrigação manter a dragagem continuada nos canais de navegação. No entanto, trata-se de um serviço oneroso e que faltam recursos para sua realização. “O que pensamos é promover uma parceria entre a SPH e os areeiros, para que eles façam a mineração de areia junto aos canais. Isso resolveria o problema de dragagem dos canais com custo zero para o Estado e a falta de areia para a construção civil”, afirmou.
A proposta animou representantes dos principais órgãos de Estado e União, assim como a Marinha.
O primeiro encontro para falar a respeito do projeto aconteceu no dia 27 de abril , com uma vistoria pelo Rio Jacuí, onde participaram representantes da Secretaria de Meio Ambiente, Fepam, Departamentos Nacional de Produção Mineral (DNPM), Polícia Civil , SPH, Marinha entre outros. “Foi um momento muito importante no que diz respeito a uma grande integração de órgãos públicos. Ações como esta certamente mudarão e muito a realidade de nossas hidrovias. Demos o primeiro passo. Ainda temos muito trabalho pela frente”, disse.
Vanderlan acredita que é possível investir e promover um crescimento ainda maior na utilização da hidrovias. “Vamos retomar parcerias também com a América Latina Logística, que tem a concessão das linhas férreas. O uso da hidrovia e ferrovia significa uma economia enorme para empresas e produtores, o que refletirá diretamente na mesa do consumidor. Para isso trabalhamos. Pelo bem comum e pelo desenvolvimento de nosso Estado.
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