quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Em Esteio mendigos sonhavam com uma casa de verdade, mesmo que fosse na favela, mas a realidade era outra, moravam em baixo do viaduto









O drama dos mendigos que vivem embaixo de viadutos passarelas ou marquises de prédios, na Cidade que quer ser mais humana, é sempre motivo de sensibilização entre a população devido às más condições de moradia. Na ausência do Poder Público a caridade dos esteienses tem ajudado muito as pessoas necessitadas, mas como não há dinheiro para pagar alimentos, energia elétrica, água e o aluguel de uma casa, elas acabam “vivendo” na rua.

Quem passava pelo pelo viaduto da igreja Nossa Senhora das Graças, mais conhecida como “igreja queimada”, era tocado pela estranha contradição. Algumas pessoas “viviam” na “Cidade Mais Humana”, sem condições de insalubridade, em um pequeno compartimento, em baixo do viadutos sem as mínimas condições de higiene, onde espalham colchões velhos, objetos de cozinha e resíduos de lixo, bem ao lado de uma igreja, no cento da cidade, acuadas em um local cada vez mais hostil e cruél. Os mendigos que moravam em baixo do viaduto da Avenida Senador Salgado Filho, recentemente tiveram seus pertences queimados e desapareceram, foram "transferidos" para um lugar incerto e não sabido. Possivelmente alguém encontrou uma estranha maneira de fazer com que eles involuntariamente mudassem de endereço.

A maioria dos mendigos e andarilhos sem teto que perambulam pelas ruas da cidade, aparentam ser pessoas doentes, alcoólatras ou viciados em drogas, eventualmente recebem alimento da população, mas continuam "vivendo" com fome, sem dignidade, saúde e emprego. Para fazer comida e tomar banho (quando dá), buscam água nos postos de abastecimento de combustíveis. Depois precisam fazer fogo de chão para aquecer o corpo e a comida, nos dias em que o frio é mais intenso. Luz elétrica, só à noite, quando as luminárias dos postes da Avenida Presidente Vargas são acesas.

Várias famílias pobres sonham com uma casa de verdade, mesmo que seja em uma favela, mas na realidade algumas moram em baixo do viaduto da BR116. Em estado de miséria não houve alternativa para essas famílias senão recorrer à área do viaduto. No local falta quase tudo. Não há energia elétrica, nem banheiros e as famílias mal conseguem comprar comida comida. Sobrevivem do pouco dinheiro adquirido, nas sinaleiras ou com a venda de materiais recicláveis.

A Prefeitura Municipal deveria criar um plano de reabilitação urbanística para tirar essas pessoas das ruas, viadutos, marquises e passarelas de Esteio. Os mendigos deveriam ser levados para uma casa de passagem, clínica de saúde ou albergue, onde pudessem levar seus pertences e com apoio de entidades assistenciais enfrentar a situação difícil em que vivem.

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