(*)Leonardo Pascoal
Leonardo Pascoal |
Platão disse que o preço a pagar por não se envolver na política é ser governado por pessoas inferiores. Ele tinha razão. Inclusive, eu poderia imaginar que ele estava pensando no Brasil quando eternizou essas palavras na história. Até parece que, praticamente como um profeta, ele sabia que, séculos depois, nosso país seria tomado pela corrupção, pelo descaso e pela máxima autoridade da República falando em “estocar vento”.
É trágico, mas é nossa culpa. Como, no Brasil, a maior parte da população nutre verdadeira aversão pela política, somos governados por muitos “inferiores” - e isso apenas piora a situação do país, ao contrário do que esses pensam. Somos a prova de que Platão estava certo. Entretanto, há outra conduta por parte dos politicamente esclarecidos que permite a manutenção desse sistema calamitoso: a omissão.
Todos os dias somos afrontados por uma minoria barulhenta. Isso ocorre de diversas maneiras, e suas táticas têm funcionado. Como explicar, por exemplo, que o estatuto do desarmamento reina em um país no qual dois terços da população rejeitam a proibição da venda de armas, de acordo com referendo de 2005? E quanto à constante luta pela descriminalização do aborto e das drogas, apesar de 79% dos brasileiros serem contra essas pautas, de acordo com pesquisa do Ibope?
Pesquisas do Instituto Datafolha do ano passado, por exemplo, evidenciam o óbvio: que os temas defendidos pela direita no Brasil superam os da esquerda. Nada espantoso se considerarmos que os cristãos constituem 86,8% da população, de acordo com o Ibope. Os resultados podem ser estranhos aos universitários brasileiros – especialmente das instituições públicas –, acostumados com uma rotina atrelada à ideologia revolucionária, ou a qualquer pessoa que observar que os partidos ligados ao liberalismo e conservadorismo praticamente inexistem por aqui. No entanto, apesar de notável vantagem conservadora, a esquerda está no poder. Por quê? Ora, porque não nos envolvemos na política! Por que somos omissos! Por que temos medo das minorias barulhentas!
Contudo, apesar de algumas constatações desanimadoras, não podemos esquecer do principal: nós somos a maioria! Em tempos de crise fabricada, fruto de ações cuidadosamente tomadas visando a perpetuação no poder, mesmo que, para isso, fosse necessário “pedalar” e mentir durante a campanha eleitoral, precisamos nos unir.
É tempo de se posicionar e ver que o socialismo, tão almejado pelos partidos de esquerda, não funcionou em nenhum lugar do mundo e jamais funcionará em nosso país. É tempo de diminuir o Estado, de lembrar das palavras de Ronald Reagan, que disse, com propriedade, que o melhor programa social é um emprego. É tempo de participar da política e lutar pela pluralidade de ideias, característica inerente à democracia.
No ano que vem, escolheremos novos prefeitos e vereadores. Será o momento ideal para mostrar, por meio de nossas atitudes, que estamos fartos de governos ineficientes e irresponsáveis com o dinheiro do povo. Será o momento em que sairemos de cima do muro e escolheremos o nosso lado. Será tempo de nos unirmos pela derrubada do paredão que nos afasta de um novo Brasil, um Brasil que, de fato, condiz com sua população, e não com grupos sedentos pelo poder.
(*)Leonardo Pascoal (PP) é Vereador em Esteio, Presidente Estadual da Juventude Progressista Gaúcha e Diretor da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e de Administração Pública.
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