O SABOR DO MANÁ

“Os deuses desse século têm utilizado todos os meios de comunicação e publicidade para incentivar as almas ao nada.”

Professor José Mazzarollo

  O povo hebreu foi tirado do Egito, com a promessa de chegar à terra prometida. O caminho era longo e pelo deserto, onde a água era escassa e o alimento inexistente. Contudo o exemplo dessa caminhada merece a nossa atenção. Todos os fatos bíblicos trazem consigo uma rica mensagem de ensino para todos os povos. Deus era o seu Senhor, a quem deveriam prestar culto exclusivamente.  O seu poder ficara manifesto através dos prodígios diante de Faraó, assim todos deveriam ter confiado  no amparo e assistência celestiais. Quando os alimentos trazidos do Egito estavam terminando, Deus derramou o maná, que é o manjar dos anjos. O maná era colhido pela manhã em forma de pequenas sementes semelhante ao coentro. O sabor variava de acordo com o coração dos comensais. Para muitos, o maná tornou-se indigesto e enjoativo, outros o saboreavam gostosamente. No maná estava além do alimento um teste de fidelidade a Deus, por isso a questão não estava no paladar, mas no amor a causa divina.

  A leitura que podemos trazer do maná, continua dentro do paladar espiritual  das sagradas palavras do Senhor. O sabor de todas as coisas depende exclusivamente do caráter de cada um. Para os murmuradores, o maná era intragável. No entanto, para os fiéis da promessa  divina o maná era nutritivo e saboroso. Partindo desse princípio sagrado, podemos afirmar que Deus nos concedeu o poder sobre o maná, e não deve ser do maná o poder sobre o homem. 

  Esta regra vale para todas as coisas. Tudo o que o homem intentar fazer para o bem, conseguirá e, terá  sabor agradável, pois lhe é derramado com o tempero especial produzido nas confrarias celestiais. Toda a virtude tem um preço inicial, precisamos nos esforçar para pagar esse preço, para depois desfrutarmos dos seus benefícios. O exemplo daqueles que se alimentam moderadamente, tem a seguir disposição e rendimento no trabalho. Outros vítimas da gula, exageram na comida e bebida, logo colhem sonolência e preguiça, e muitas vezes dores de cabeça e mal estar. O prazer do momento torna-se de imediato em castigo.  O paladar tentador da carne vem pela publicidade do inferno, que parece muito agradável num primeiro momento, mas  ao cabo leva a morte. Os legumes, as verduras e frutas, são necessárias e saudáveis ao corpo, mas nem tanto ao paladar. Só tornam-se saborosos depois de renunciar com esforço os desejos gulosos das iguarias.

  Os hebreus que rejeitaram o maná, não estavam somente enfastiados pela repetição diária do mesmo alimento, mas rejeitaram o poder de Deus. Não creram que o maná seria para eles um pasto nutritivo e completo para uma caminhada saudável. Podemos levar essa mensagem para todos os aspectos da vida. O projeto de Deus é perfeito e precisamos crer antecipadamente no seu poder. O esposo que é fiel, constrói para si a melhor esposa do planeta, porque Deus entra no coração e nos olhos daquele que ama,  possibilitando-lhe a melhor companheira, e da esposa para o marido o mesmo trabalho.

  Outro grande exercício que o maná nos ensina, é em relação a palavra de Deus. Necessitamos criar o paladar pela palavra de Deus, rejeitando as fofocas e notícias de sangue. O tempo para a leitura bíblica causa sonolência e desinteresse na grande multidão. O controle remoto é mais cômodo, jogar conversa fora também, e assim o Egito continua escravizando as almas que não conseguem entrar na terra prometida. Os deuses desse século têm utilizado todos os meios de comunicação e publicidade para incentivar as almas ao nada. Percebe-se uma população mergulhada no lodo dos desejos carnais, sem ânimo para buscar as virtudes e os valores celestiais. Pensemos bem na caminhada que estamos empreendendo. Precisamos chegar a terra prometida, não podemos parar, e que Deus nos abençoe com o orvalho do céu.

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