(*) Leonardo Pascoal
O Brasil experimentou profundas transformações nas últimas décadas, de todas as ordens: econômica, social, política, ambiental, dentre outras. Neste período passamos de “país de terceiro mundo” para “país em desenvolvimento”. No entanto, mesmo diante da melhoria de diversos indicadores neste ínterim, nosso país continua distante da realidade vivenciada por outras nações do planeta que, por vezes, apresentam números inferiores aos nossos.
Leonardo Pascoal |
Precisamos, pois, superar, antes de tudo, a cultura do egoísmo. Cultura essa que, infelizmente, está arraigada no DNA de boa parte de nossa sociedade. Como bem disse o Papa Francisco, em sua passagem pelo Brasil, “não é a cultura do egoísmo, do individualismo, que frequentemente regula a nossa sociedade, aquela que constrói e conduz a um mundo mais habitável, mas sim a cultura da solidariedade; ver no outro não um concorrente ou um número, mas um irmão”.
Já vivenciamos, em diferentes países e em diferentes épocas, o egoísmo sendo estimulado pelo próprio Estado. O individualismo tem essa característica de forma mais visível, mas também o coletivismo organiza esse mesmo egoísmo em modelos políticos totalitários, como o fascismo, o nazismo e o comunismo, todos bem sucedidos em potencializar o egoísmo individual.
A superação desta condição depende de um sistema solidarista, no qual sociedade e Estado compartilhem responsabilidades. O ponto de partida desta doutrina baseia-se em algo evidente: a nossa mútua dependência. Ninguém tem direitos superiores aos outros, cada um tem o seu papel dentro de nossa sociedade.
São três os princípios que sustentam o solidarismo: solidariedade, ou seja, se preocupar com o social, por meio da promoção do emprego e do crescimento; primado do bem comum, alicerçado na preocupação com a boa gestão, com a honestidade e com o respeito ao dinheiro público; e subsidiaridade, que significa organizar a participação do indivíduo, do setor privado e do Estado nas atividades econômicas e administrativas: o que a sociedade souber e puder fazer, o Estado não deve interferir. O que ninguém conseguir fazer, o Estado deve fazer.
De forma geral, o solidarismo, uma vez implantado, fará com que a sociedade passe a encarar a política como o fim primeiro da realização do bem comum. Apenas com essa nova forma de pensar teremos uma sociedade verdadeiramente desenvolvida. É nesse sentido que precisamos trabalhar!
(*) Leonardo Pascoal é Vereador pelo Partido Progressista no município de Esteio (RS) e Gerente de Relacionamento (licenciado) do Banco do Brasil. Atualmente preside a Juventude Progressista Gaúcha e é Diretor Administrativo/Financeiro da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e de Administração Pública.
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