segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A RELIGIÃO NOTURNA

José Mazzarollo

      O homem foi projetado para  o dia. A noite estava reservada a ceia e ao repouso. Com  o advento da energia elétrica, as atividades prolongaram-se durante a noite. A ação durante a noite trouxe alguns benefícios, mas também acrescentou muitos pecados e insônia a humanidade. Quando alguém não quer ser visto, sai na escuridão da noite. Muitos cristãos iniciantes e tantos outros veteranos,  mantém uma fé noturna durante toda a vida. O constrangimento desenvolve no espírito barreiras de vergonha e muitos homens buscam Deus as escondidas. Diferentemente das atividades humanas e aventuras amorosas, ou orgias festivas que são proclamas em voz alta e repetidas vezes como fonte de exaltação dos seus autores. O trabalho espiritual é realizado meio as escuras e se possível despercebido aos olhos alheios.  Normalmente os cristãos preferem não ser notados quando participam de orações e cultos. Vejam o que nos relata a Escritura: “Havia, entre os fariseus, um homem, chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus  Este, de noite foi ter com Jesus”(Jo 3.1). Percebemos que este judeu, mesmo com toda a admiração que mantinha por Jesus, foi propositadamente a noite encontrar-se com Ele, para não ser visto e percebido pelos seus colegas judaicos. 

José Mazzarollo
        Nicodemos não escondia sua admiração pelo evangelho de Jesus Cristo, mas não conseguia superar a oposição espiritual, que em forma de sombra escura levanta-se sempre que há procura do bem. Ir a igreja, orar, ler a Bíblia são atos altamente necessários e benéficos, não tem nenhuma contra indicação, fazem bem ao praticante, a sua família, ao trabalho e todo o ambiente fica iluminado pela luz do evangelho em ação. Com este procedimento o ambiente fica livre  de vícios e tragédias, no entanto muitos se envergonham de tal trabalho. Preferem o ambiente da noite, com suas boates, bebidas, drogas, promiscuidade e outros pecados mais, e como mensageiros de Satanás, proclamam aos quatro ventos seus feitos carnais.

        Mesmo em outros tempos, onde a noite era para dormir, a religião encontrava adversários fortes. Nicodemos pelo fato de ter ido a noite, em busca de Cristo, exemplificou esse  receio de ser visto entrando na igreja. Nicodemos estava iniciando seu caminho na fé, e isto parece justificar-lhe o temor, e que mais tarde assumiu publicamente a causa de Jesus em pleno dia.

       Podemos assegurar:  a  fé noturna não é suficiente para salvar. Desde Adão e Eva que se esconderam da presença de Deus por vergonha, até o fim dos tempos haverá envergonhados pelo evangelho. A fé autêntica é corajosa, iluminada e integra, não se separa dos seus praticantes, independente da estação do ano, dos convites sociais, ou se é sob a luz do dia ou nas trevas da noite. Se a fé nos envergonhar perante os homens, Deus se envergonhará de nós. Portanto a nossa religião deve brilhar diante dos homens.

      São muitos os que mantém uma fé eternamente no limbo, amedrontados pelo deus deste século, lhes digo com segurança, jamais participarão da ceia de Jesus. Ao vestir o uniforme manchado desta terra, estaremos privados da vestimenta alva da eternidade. A força tirana da moda e dos costumes deste século tem inibido muitas almas de buscar o verdadeiro maná celestial, que constrangidas deixaram os dias passar, mantendo-se sempre a beira do caminho, sementes que nunca produziram frutos. Que Deus nos abençoe com o orvalho do céu.

Contato: mazzarollo@coimpressa.com.br

José Mazzarollo está todos os dias na rádio Metrópole AM 1570, às 8h e 18h; e aos sábados das 17h30min às 18h30min; E na TV Urbana, assista ao Programa Momento Espiritual, todas as Segundas das 20h30min às 21h na TV Urbana (UHF 55 e NET 11);Leia também  o livro “Receitas Espirituais”, disponível em livrarias.


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