“Meu prognóstico, infelizmente, é de que os problemas se agravem e os serviços se tornem mais caros e de pior qualidade”, afirma Pascoal.
Leonardo Pascoal - Esteio |
O ano de 2015 se inicia repleto de incertezas, mas com uma convicção: os debates deste ano deverão ser muito mais essenciais, profundos e polêmicos. Isso porque o atual cenário político e econômico não permite que façamos projeções otimistas para os meses que virão. Os desafios de 2015 precisarão ser superados com muito diálogo e habilidade. Quem insistir nas fórmulas autoritárias e antidemocráticas de outrora irá colher resultados amargos.
Em nível nacional vemos um país que não cresce, com uma inflação galopante e uma situação fiscal deteriorada. Em meio a isso temos uma Presidente omissa, que tenta fugir de suas responsabilidades imputando a culpa em qualquer coisa que não tenha relação com seu Governo. Fez de seu discurso de campanha uma cartilha sobre como enganar a população, em uma verdadeira aula de mentira.
Prometeu não promover tarifaço, não cortar recursos em áreas essenciais, não mexer em direitos trabalhistas e não aumentar a taxa de juros. Suas primeiras medidas, no entanto, vão exatamente na direção contrária: aumento nas tarifas de energia elétrica, regras mais rígidas para o seguro-desemprego e abono salarial, contenção de investimentos, incluindo o corte de R$ 7 bilhões da educação, aumento da taxa básica de juros e dos financiamentos imobiliários da Caixa e elevação dos preços dos combustíveis.
Em meio a isso, temos um Governo que se vê atolado no maior caso de corrupção da história de um país democrático no mundo, e que corrói a maior empresa brasileira. Ao invés de revoltar-se com isso a Presidente prefere achar um ultraje a execução de um traficante brasileiro na Indonésia, após o devido processo legal vigente naquele país. Depois de um primeiro mandato desastroso, o segundo mandato de Dilma apresenta a sua fatura, e quem pagará essa conta naturalmente será o povo brasileiro.
Em nível estadual o Governador José Ivo Sartori e sua equipe se surpreendem a cada dia com o tamanho do rombo existente nas finanças do estado, fruto do governo perdulário de Tarso Genro, que gastou como se não houvesse amanhã e muito pouco deu de retorno à sociedade. Agora, em meio à crise instituída, medidas impopulares são necessárias para assegurar que o estado gaúcho continue a existir e a prestar seus serviços de maneira regular. Nesta hora, no entanto, os primeiros a tecer rasgadas críticas à postura do Governador são justamente aqueles que foram os responsáveis por mergulhar o estado no caos. Evocam suas memórias de peixe e esquecem-se do que fizeram com as finanças públicas gaúchas. Torço para que o Governador Sartori, com sua habilidade política, consiga superar todos esses problemas, para o bem do Rio Grande. Nós do Partido Progressista estaremos ao seu lado, de maneira solidária, para tentar reverter a situação econômica do estado e voltar a colocar o Rio Grande no caminho certo.
Por fim, em nosso município, o ano deverá também ser de enormes desafios. O mau desempenho econômico do país tem levado à diminuição dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios às Prefeituras. Apenas em janeiro deste ano a queda foi de 20%. Além disso, atrasos nos recebimentos de verbas estão previstos e as despesas com a iluminação pública deverão pesar mais no orçamento.
Seguimos neste ano com dificuldades que já se tornaram crônicas por conta da ineficiência desta Administração: falta de manutenção nas ruas, nos passeios, em escolas, em unidades de saúde, dentre outros. Se com as receitas em dia a situação já era crítica, com um cenário de contenção o problema deve se agravar.
Para reverter este quadro a redução de despesas não é apenas uma opção, mas sim uma necessidade. O governo não pode cogitar aumento de impostos ou redução de serviços. Deve, em primeiro lugar, cortar na própria carne, suprimindo cargos de confiança que não apresentam a menor utilidade à sociedade – e eles são muitos – cujas funções muitas vezes sequer são efetivamente exercidas.
Além disso, deve qualificar seus quadros e melhorar sua gestão, de forma a imprimir uma maior eficiência administrativa, melhorando resultados e dando mais celeridade à máquina pública. Também é necessária uma mudança de postura em relação ao diálogo com o Poder Legislativo e com a comunidade, pois do contrário a Administração acumulará revezes em diversas áreas. Contudo, diante do que observamos nos primeiros seis anos deste Governo, acredito que dificilmente teremos uma mudança nestes cenários. Meu prognóstico, infelizmente, é de que os problemas se agravem e os serviços se tornem mais caros e de pior qualidade.
Que 2015 possa nos surpreender e se tornar um ano muito melhor do que as projeções estimam.
Leonardo Pascoal é Gerente de Relacionamento do Banco do Brasil. Já atuou como professor de Metodologia Científica no Colégio Coração de Maria, em Esteio, onde idealizou e presidiu a FEICCOM/FEMUCI, umas das maiores feiras de iniciação científica do RS. Foi também o responsável por coordenar a criação da RIGAME - Rede Integrada de Gestão Ambiental do Município de Esteio. Foi eleito vereador pelo Partido Progressista com 1.274 votos. Contato:leonardo_pascoal@terra.com.br - Telefones:(51)458.5025ou 3458.5015.
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