José Mazzarollo
Qual seria a moeda mais valiosa capaz de despertar no homem maior interesse? Numa resposta imediata, o dinheiro venceria com grande vantagem. Mas esta, sabemos é perecível, e muitas coisas ela não pode comprar, logo é bom pensar noutra. Busquemos a moeda perfeita e imarcescível, ela é espiritual, que uma vez conquistada será nossa para sempre, as demais servem para comprar bens consumíveis de curto prazo, e sujeitas a todos os riscos. Podem os homens comuns, cochichar baixinho desmentido, porque para estes o dinheiro é tudo, mas saibam que esta não é somente uma tese religiosa, mas comprovadamente uma teoria cientifica. Princípios espirituais podem ser ignorados e contestados pelos homens terrenos, contudo, não podem ser desmentidos. As virtudes oriundas da autêntica fé cristã, não envelhecem, não desgastam, não podem ser furtadas e muito menos guardadas em cofres blindados. Tentemos pensar num destes valores e procuremos também colocá-lo em ação: “Não te deixes vencer do mal. Mas vence o mal com o bem” (Rm 12.31). Esta instrução nos ensina como devemos pagar uma conta pelo caminho espiritual do bem. A moeda para quitar uma ofensa ou uma dívida de alguém que nos feriu, envolve primeiramente a cédula da humildade para com ela chegarmos ao perdão e quitar o prejuízo causado pelo adversário ou inimigo.
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Um é o procedimento adotado pelos homens nas transações comerciais, outra deve ser a postura diante das questões espirituais. Há muitos cidadãos que partem precavidos com dinheiro para quitar eventuais dívidas que a jornada lhe reserva. Há poucos e, muito poucos que carregam no coração moedas de perdão. Será que estes homens imaginam encontrar um mundo de pureza e inocência em todos os ambientes? Todos conhecemos os impulsos de ódio e maldade que explodem em agressões verbais e físicas por pequenas divergências, logo é prudente sairmos precavidos com esta valiosa moeda. Não podemos inventar uma paz instantânea se não sairmos de casa dispostos a paz. Pelo contrário, quando andamos despreparados justifica-se a retribuição do ódio pelo ódio.
Para que desperta o interesse nos homens pelo perdão, é bom avaliar a utilidade prática que ele nos oferece. Aplicar o bem, aqueles que nos lançam o mal, é implodir o caminho que o diabo tenta construir para infernizar os corações das pessoas de bem. A ação de fazer o mal, ou ao reagir com o mal, estaremos sempre satisfazendo o autor do mal, e estes, distraidamente, com a falsa ilusão de fazer justiça, caem nas armadilhas da vingança destemperada. O prejuízo é incalculável, de imediato experimentam momentos infernais de ira e de raiva, que tumultuam a mente e destroem a saúde. Sabemos, é uma moeda de difícil conquista, no entanto devemos saber que os tesouros mais preciosos custam suores, e as águas mais profundas, são sempre as mais puras. Os benefícios do perdão não podem ser contabilizados pela matemática humana, por isso, vamos exercitar a humildade e sair de casa sempre ricos deste tesouro, para retornarmos sempre sãs e salvos a nossa morada. E que Deus nos abençoe com o orvalho do céu.
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José Mazzarollo está todos os dias na rádio Metrópole AM 1570, às 8h e 18h.
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