sábado, 28 de fevereiro de 2015

A LEI DO BOM SENSO

José Mazzarollo autor do livro “Receitas Espirituais”.

As influências da vaidade sobre o coração humano pesam nesta geração de corpos esculturais e mentes ocas. O desejo de conquistar pela exuberância do corpo sepultou o bem senso, que é um valor da alma. 

     Muitas são as diferenças que separam as ações dos sábios em relação aos tolos. Entre elas uma que convém comentar; o bom senso. Para alcançar o bom senso não necessitamos de diplomação ou graduação escolar, mas uma exemplar educação familiar. Recordemos as palavras de Deus: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram (Rm 12.15).  Vamos levar para a vida este preciosos conselhos, pois, sempre que tratamos da palavra de Deus, a profundidade de ensino é inesgotável. Alegrar-se com os alegres e chorar com os que choram, não nos reserva  um comportamento exclusivo para  ambientes  onde afloram as gargalhadas, ou na contrição de um velório, onde as lágrimas brotam como o orvalho. 

       Num primeiro momento devemos preparar  o semblante dentro do espírito que a ocasião nos aguarda, semelhante ao conhecido  provérbio popular, que alerta para não falar em corda, na casa do enforcado. Para que isto aconteça, é indispensável revestir-se antecipadamente do bom senso, isto é, percepção, racionalidade, e principalmente moderação. O prudente age sempre com cautela, primeiro ouve, olha, analisa, só então, manifesta-se dentro do espírito presente. Fazer saudações sorridentes em ambiente fúnebres, é agir contrário ao espírito do momento, ou acompanhar um festivo enlace matrimonial, com o semblante fechado, é um desprezo a comemoração. Contudo, essas são situações bastante conhecidas de todos. No entanto a Bíblia quer nos dizer mais, pois a vida nos reserva múltiplas ações em que a sabedoria do bom senso se faz  necessária.

      Como se revela bom senso no trabalho? Trabalhar com os que trabalham, pois trabalhar é bem diferente de ir ao serviço e bater o ponto. Entrar no espírito do trabalho é desenvolver ao máximo a capacidade intelectual, envolvendo-se integralmente na função exigida. Aquele que trabalha com os que trabalham, pode ser comparado a formiga, que jamais passa necessidade, justamente porque, não tendo ela chefe, nem comandante realiza com absoluto empenho todas tarefas dentro da estação. Em outras palavras, a formiga trabalha com total atenção aos acontecimentos meteorológicos e  a situação da vegetação, além do empenho desenvolvido sem ciúmes ou inveja das demais integrantes do grupo. Na sega recolhe o pão e no estio prepara seu alimento. Não há ser humano, que não prospere em seu caminho, se observar atentamente a vocação que Deus lhe deu, e nela estabeleça um espírito de concentração e atenção. A mesma regra vale para todas as profissões.  Localizar-se no ambiente, e viver dentro da realidade, evitando ilusões e fantasias mirabolantes, faz com que o aproveitamento seja total.


     As influências da vaidade sobre o coração humano pesam nesta geração de corpos esculturais e mentes ocas. O desejo de conquistar pela exuberância do corpo sepultou o bem senso, que é um valor da alma. Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram, é a lição que desde cedo devemos aprender e que deve nos acompanhar para toda a vida. Que Deus nos abençoe a todos com o orvalho do céu.

Contato: mazzarollo@coimpressa.com.br


José Mazzarollo está todos os dias na rádio Metrópole AM 1570, às 8h e 18h.





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