José Mazzarollo autor do livro “Receitas Espirituais”. |
As influências da vaidade sobre o coração humano pesam nesta geração de corpos esculturais e mentes ocas. O desejo de conquistar pela exuberância do corpo sepultou o bem senso, que é um valor da alma.
Muitas
são as diferenças que separam as ações dos sábios em relação aos tolos. Entre
elas uma que convém comentar; o bom senso. Para alcançar o bom senso não
necessitamos de diplomação ou graduação escolar, mas uma exemplar educação
familiar. Recordemos as palavras de Deus: “Alegrai-vos com os que se alegram
e chorai com os que choram (Rm 12.15). Vamos levar para a
vida este preciosos conselhos, pois, sempre que tratamos da palavra de Deus, a
profundidade de ensino é inesgotável. Alegrar-se com os alegres e chorar com os
que choram, não nos reserva um comportamento exclusivo
para ambientes onde afloram as gargalhadas, ou na
contrição de um velório, onde as lágrimas brotam como o orvalho.
Num
primeiro momento devemos preparar o semblante dentro do espírito que
a ocasião nos aguarda, semelhante ao conhecido provérbio popular,
que alerta para não falar em corda, na casa do enforcado. Para que isto
aconteça, é indispensável revestir-se antecipadamente do bom senso, isto é,
percepção, racionalidade, e principalmente moderação. O prudente age sempre com
cautela, primeiro ouve, olha, analisa, só então, manifesta-se dentro do
espírito presente. Fazer saudações sorridentes em ambiente fúnebres, é agir
contrário ao espírito do momento, ou acompanhar um festivo enlace matrimonial,
com o semblante fechado, é um desprezo a comemoração. Contudo, essas são
situações bastante conhecidas de todos. No entanto a Bíblia quer nos dizer
mais, pois a vida nos reserva múltiplas ações em que a sabedoria do bom senso
se faz necessária.
Como
se revela bom senso no trabalho? Trabalhar com os que trabalham, pois trabalhar
é bem diferente de ir ao serviço e bater o ponto. Entrar no espírito do
trabalho é desenvolver ao máximo a capacidade intelectual, envolvendo-se
integralmente na função exigida. Aquele que trabalha com os que trabalham, pode
ser comparado a formiga, que jamais passa necessidade, justamente porque, não
tendo ela chefe, nem comandante realiza com absoluto empenho todas tarefas
dentro da estação. Em outras palavras, a formiga trabalha com total atenção aos
acontecimentos meteorológicos e a situação da vegetação, além do
empenho desenvolvido sem ciúmes ou inveja das demais integrantes do grupo. Na
sega recolhe o pão e no estio prepara seu alimento. Não há ser humano, que não
prospere em seu caminho, se observar atentamente a vocação que Deus lhe deu, e
nela estabeleça um espírito de concentração e atenção. A mesma regra vale para
todas as profissões. Localizar-se no ambiente, e viver dentro da
realidade, evitando ilusões e fantasias mirabolantes, faz com que o
aproveitamento seja total.
As
influências da vaidade sobre o coração humano pesam nesta geração de corpos
esculturais e mentes ocas. O desejo de conquistar pela exuberância do corpo
sepultou o bem senso, que é um valor da alma. Alegrai-vos com os que se
alegram e chorai com os que choram, é a lição que desde cedo devemos
aprender e que deve nos acompanhar para toda a vida. Que Deus nos abençoe a
todos com o orvalho do céu.
Contato: mazzarollo@coimpressa.com.br
José Mazzarollo está todos os dias na rádio
Metrópole AM 1570, às 8h e 18h.
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