sábado, 12 de outubro de 2013

O ter e o ser

A supervalorização do ter, levou a morte “o ser”. Todos os bens materiais, sejam ouro, propriedades, sofisticados iates, indústrias, caracterizam somente o que a pessoa tem, mas nada dizem respeito ao que a pessoa é.


   
   
José Mazzarollo
Trazemos a memória um comportamento típico dos tempos modernos, “o ter”. A exaltação da beleza exterior, do dinheiro, do poder e da fama, tem levado a presente geração a violentar princípios e valores históricos da alma humana, para dedicar culto ao deus  vaidade. Jesus Cristo nos alertou para o perigo de servir a dois senhores, ou servimos a Deus, e ganhamos o céu com toda a fortuna  do paraíso, ou escolhemos os bens terrenos, enchendo  os bolsos de ouro e de prata, mas esvaziando o coração de virtudes.  A supervalorização do ter, levou a morte “o ser”. Todos os bens materiais, sejam ouro, propriedades, sofisticados iates, indústrias, caracterizam somente o que a pessoa tem, mas nada dizem respeito ao que a pessoa é. O mais sagrado e real neste comportamento, é saber que o que temos, podemos não ter mais, no entanto tudo o que somos, estará sempre conosco e ninguém poderá nos tirar. O nome acompanha seu dono em todos os seus caminhos, mas o dinheiro fica no banco, as propriedades também não podem ser carregadas, contudo, o mundo parece ignorar esse principio elementar da criação. Mais cedo ou mais tarde, os bens passam de mão em mão e a exuberante beleza da juventude, da lugar as cãs e, pela face multiplicam-se sulcos na pele. Ninguém escapa desta trajetória. Uma linguagem preparada pelo Criador para iluminar a nossa ignorância espiritual. Um dia todos deveremos partir, e sinais claros são antecipados para que ninguém seja tomado de surpresa nesta viagem ao eterno, onde somente o “ser” nos acompanha.

       Outra teoria moderna recomenda-nos praticar ações de sustentabilidade, mas como alcançar o respeito ao planeta, se não limpamos o ambiente mais íntimo do corpo humano, que é o coração? Ninguém de coração limpo, suja a morada concedida por Deus. Se não buscarmos o resgate dos valores internos, jamais chegaremos a qualquer meta de sustentabilidade. Em todos os ambientes o dinheiro e o sucesso são pregados como forma de atrair consumidores. Parece que a felicidade mudou de endereço, bem como, sua forma de conquistá-la. Segundo os novos conceitos, a felicidade depende de uma carreira  promissora, onde o nome precisa ser mencionado e conhecido pela celeridade mundial. Por isso vende-se a ideia de felicidade ligada a exposição de dotes físicos, recursos bancários, talento artístico, ou no mundo dos esportes.

        Os valores e princípios morais não aproximam mais admiradores. Quem expede autógrafos já não são mais os sábios, mas semi analfabetos que sabem chutar muito bem, mas não sabem pensar. Infelizmente a felicidade é negociada como se fosse um bem terreno, que recompensa somente os famosos. Neste conceito avesso, muitos tem privado seu coração de viver alegremente dentro da vocação e simplicidade de vida, amargando longas sessões de terapia tentando amenizar a dor de uma alma vazia que verte lágrimas pelo abandono recebido.

       A felicidade é uma virtude,  um dom celestial,  somente por Deus nos é concedida se praticarmos a verdade.  Temos consciência de que as virtudes tem um preço, e poucos estão dispostos a pagar o preço estipulado, contudo, o desastre deste século está na inversão de valores. São filhos que dão ordens aos pais, subalternos que se assentam no trono do rei,  governados que desafiam governantes, viciados que se sujeitam aos seus vícios, é o homem carne determinado o comportamento ao homem espírito. Na construção do “ser”, elegemos para nós o governo mais justo e democrático que esperamos, que é o governo dos nosso próprios atos. Que Deus nos abençoe com o orvalho do céu.



Contato: mazzarollo@coimpressa.com.br

José Mazzarollo está todos os dias na rádio Metrópole AM 1570, às 8h e 18h; e aos sábados das 17h30min às 18h30min;E na TV Urbana, assista ao Programa Momento Espiritual, todas as Segundas das 20h30min às 21h na TV Urbana (UHF 55 e NET 11);Leia também  o livro “Receitas Espirituais”, disponível em todas as livrarias.




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