O abominável da desolação

José Mazzarollo

       Sempre que nos defrontamos com decisões espirituais, a ação deve ser rápida. A oportunidade poderá não mais voltar, e se voltar, já não será mais  a mesma. Nas decisões materiais,  o tempo muitas vezes é nosso aliado, contudo, quando tratamos da alma a indecisão pode ser fatal. “Quando , pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê, entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes” (Mt 24.45-16). Com estas palavras Jesus aconselhou o seu povo a observar bem quem ocupa o lugar santo, isto é, o púlpito da igreja. Quando isso acontecer fujam para os montes. O grande problema é que nem todos percebem quando o abominável da desolação ocupa o lugar de ministro do evangelho. Os interesses vão acomodando as pessoas, que vêem os problemas, mas adiam infinitamente qualquer tipo de decisão, assim o mal ganha tempo para agir perversamente em nome da verdade, mesmo proclamando a mentira.    

 

José Mazzarollo

Entendamos o conselho de Cristo! fujam, não fiquem discutindo e contendendo com os pregadores, ao perceber pontos discordantes nas doutrina, fujam. Muitos tem abandonado a fé, por questões pessoais, ou inimizades com os irmãos, este não é um procedimento aprovado, no entanto quando a questão for doutrinária, não percam mais tempo. É sempre lógico pensar que a igreja não vai e não deve mudar por minha causa, os dogmas muitas vezes são seculares e milenares, impossíveis de serem mudados, esses dependem sempre da cúpula maior. Por isso não esperem mudar os conceitos da igreja, mas fujam do altar profanado, para buscar a construção de uma igreja com princípios doutrinários segundo o evangelho de  Cristo.

        O abominável da desolação instalou-se primeiramente no templo de Jerusalém. O altar do templo outrora reto na sua doutrina,  corrompeu-se lentamente ao longo do tempo a ponto da cúpula sacerdotal  judaica não reconhecer a presença do seu salvador, a inveja era tamanha que o Messias foi mandado para a cruz como o malfeitor da nação. O abominável estava no lugar santo. Então Deus permitiu a destruição do templo pelos romanos.  

       A história se repete, e o conselho continua em vigor. Todos os que nos assistem é bom que analisem o seu altar, nós vamos analisar o nosso. Sempre com os olhos voltados para a Bíblia, semelhante aos nobres de Beréia que conferiam tudo o que lhes era pregado. A Bíblia durante muito tempo foi proibida aos fieis, facilitando assim a deturpação pelos pregadores. Hoje ela está na mão de todos os que desejam. Infelizmente, ela mais serve para identificar a religiosidade, do que para estudo e vivência dos seus ensinos. Por isso a deturpação continua escandalosa no meio religioso. A preguiça e o comodismo de perscrutar e meditar sobre os temas pregados e outros ocultos, tem permitido a livre atuação do abominável em muitos alteres.

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