“Quem ignora o passado não vive o presente e compromete o
futuro”
Por José Mazzarollo
O mundo religioso chamado cristão, quase na sua totalidade
convencionou comemorar o nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro. O “quase”
fica por conta de uma rara minoria que valoriza em detalhes os escritos
bíblicos. A maioria esmagadora não está em nada preocupada se realmente esse
foi o dia correto do nascimento de Jesus, nem se Ele recomendou a comemoração e
muito menos saber em quais calendários esta data festiva tem alicerces. Ao
responder estas três perguntas ficamos um pouco constrangidos em festejar esta
data como evento religioso. Se os gregos submetiam ao crivo de três peneiras os
temas a serem apreciados, isto é, precisavam ser verdadeiros, ser bons e terem
os mesmos necessidade, assim, como muito mais seriedade devemos tratar os
rituais religiosos.
José Mazzarollo |
A primeira resposta com relação a data fica comprometida,
porque os Evangelhos relatam a visita dos anjos, quando anunciaram o nascimento
do Menino a um grupo de pastores que guardavam seus rebanhos à noite: “Havia
naquela mesma região pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho
durante as vigílias da noite” (Lc 2.8). Sem muita dificuldade, podemos concluir
que os meses favoráveis ao pastoreio noturno era o verão. O frio do inverno com
suas nevascas, impedia a permanência à noite nos campos dos pastores e também
os rebanhos precisavam ficar abrigados das baixas temperaturas noturnas. Dezembro
é o ápice do inverno nesta região, logo não há natal neste mês. Então o mês mais
provável situa-se entre julho e agosto.
“...Mas para os servos de Cristo, não há data marcada para o
nascimento, e uma das razões por haver tão poucos cristãos autênticos sobre a
face da terra, é esta espera de anos em ano para o seu nascimento. Se Ele não
nascer todos os dias em nossos corações, não será no natal que isto acontecerá.,,”
A segunda pergunta que devemos nos fazer, sempre que tomamos
uma decisão espiritual, é quanto a recomendação religiosa daquele a quem nos
propomos seguir, se adotamos Jesus Cristo como modelo de vida, nada mais justo
do que conhecermos melhor, Seus passos e o comportamento da Igreja apostólica,
na qual ficou o autêntico testemunho de fé a todas as nações. Em momento algum
a comemoração natalícia aparece nos escritos bíblicos. Nenhum profeta,
patriarca, ou apóstolo menciona festejar a data natalícia. Muitas são as
comemorações do povo de Israel, as quais o próprio Jesus participou, mas em
nenhuma encontramos relatos natalícios. Creio piamente que não foi por
esquecimento, mas porque o povo de Deus festeja sempre dentro do todo, e nunca
exalta a individualidade.
A terceira razão também não pode ser ignorada: a história. É
na história que resgatamos os valores do presente, quem ignora o passado não
vive o presente a compromete o futuro. O dia vinte e cinco de dezembro na
história, registra a comemoração pagã ao nascimento do deus sol. O culto aos
astros sempre foi prática reprovada por Deus, contudo, esse idólatra
procedimento era comum em todas as nações, exceto em Israel. Foi em Roma no
quarto século que as imagens e festejos aos múltiplos deuses entro para a
igreja, e como festa maior o dia 24 de dezembro até então dedicado ao deus sol,
“natalis solis” numa tentativa de acomodar pagãos e cristãos no mesmo credo a
data pagã entrou para a igreja dissimulada de santa.
O problema é que Jesus nunca pediu e nem comemorou qualquer
aniversário, tanto que a data na Bíblia é ignorada, Eu sei que a maioria nem se
importa com isso, consideram mais a boa intenção, acima da boa ação. Mas para
os servos de Cristo, não há data marcada para o nascimento, e uma das razões por
haver tão poucos cristãos autênticos sobre a face da terra, é esta espera de
ano em ano para o seu nascimento. Se Ele não nascer todos os dias em nossos
corações, não será no natal que isto acontecerá. Tomemos como verdade Divina
estes conselhos e estará nascendo em nós o verdadeiro Jesus, e uma nova vida
brotará em nossa alma para sempre, que Deus nos abençoes a todos com o orvalho
do céu.
Contato: mazzarollo@coimpressa.com.br
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