segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Mensagem para o nosso dia-a-dia: PORQUE PERDOAR?

Avançando um pouco no campo espiritual, soa contraditória a toda a lógica da vida, agarrar-se ao ódio como se fosse algo benéfico, pois, no perdão está a oportunidade de livrar-se destes maléficos espíritos de tormento.

José Mazzarollo

Perdoar está entre as virtudes mais nobres do dicionário cristão. Quando Jesus respondeu a Pedro que este deveria perdoar não somente sete vezes a seu irmão que pecara, mas setenta vezes sete (Mt 18.22), não estava somente preocupado com o pecador arrependido, mas especialmente em educar o seu discípulo que guardava tradições e preconceitos, e na nova posição de liderança apostólica deveria viver com a alma pura sem qualquer vestígio de cólera. O maior beneficiado ao perdoar é sempre aquele que perdoa e não o perdoado. Aquele que injuria, agride, trai, omite compromissos, ou comete qualquer outro delito, precisa ser perdoado o mais rápido possível, porque em toda a demanda, acontecem dois prejuízos imediatos. O primeiro, é o dano sofrido de forma financeira, física, ou moral pela má ação do pecador, este é o mal primeiro. O segundo e mais grave é o tormento que acompanha o coração do atingido, sem data para terminar, com grandes possibilidades de tornar-se crônico.

José Mazzarollo

   Ao perdoarmos, Deus quer nos livrar do segundo mal, isto é, da raiva que fica armazenada no coração e que inferniza todos os atos. O exercício do perdão deve merecer um esforço particular, semelhante à renúncia que um atleta olímpico empreende em favor da conquista de uma medalha. Certa vez uma senhora se expressou da seguinte forma em relação ao seu ex-marido: “Eu nunca vou perdoar esse canalha pelo que ele me fez”. Pela declaração podemos imaginar o ódio armazenado nesta pobre criatura. Outra dívida que causa terríveis transtornos é em relação aos fiadores que são obrigados a assumir dívidas feitas por supostos amigos. “Sabemos que somos de Deus, mas o mundo inteiro jaz no maligno” (I Jo 5.19). Por isso, o número de traidores e desafetos é grande, logo devemos estar sempre com as armas de Deus desembainhadas para vencer nesta caminhada terrena.


Avançando um pouco no campo espiritual, soa contraditória a toda a lógica da vida, agarrar-se ao ódio como se fosse algo benéfico, pois, no perdão está a oportunidade de livrar-se destes maléficos espíritos de tormento. Devolver em vingança humana o mal recebido causa uma falsa ilusão de bem estar, quando na realidade, agindo de forma carnal estaremos lutando com espíritos diabólicos, e a derrota será inevitável, por isso nesta luta devemos buscar as armas do céu. Do contrário os dias vão se tornando mais amargos, e a cólera vai consumindo a alegria de viver. Ao não perdoar o canalha, damos a este canalha o poder de nos acompanhar por onde andarmos, infernizando a vida mesmo distante, e possivelmente ele nem saiba o que se passa com o mal que nos causou. O mesmo raciocínio vale para todos os demais casos onde o perdão não acontece.


   Os judeus comemoram anualmente o YomKipur, isto é, o dia do perdão. Hoje não é mais possível estabelecer um dia especial para perdoar, muito menos uma vez por ano. Segundo a Bíblia, não devemos deixar que o sol se ponha sem restabelecer a reconciliação plena com todos. Se para a ofensa não tem dia e nem hora, o mesmo devemos fazer em relação ao perdão. Não permitir que o ódio ganhe o esconderijo  de uma noite sequer, pois, semelhante à semente, uma vez coberta pela terra ganha o direito da brotação e frutos, assim o ódio guardado cria raízes tornando-se de difícil remoção.  Que Deus nos abençoe com o orvalho do céu.

Contato: Mazzarollo@coimpressa.com.br



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