segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Opinião Livre: “SIRVAM NOSSAS FAÇANHAS DE MODELO”

E o celeiro do Brasil está sem rumo sem saber nem para onde iremos, pois nos transformamos em meros espectadores dos próximos capítulos.

Neste País continental em que não mensuramos o tamanho das nossas fronteiras, me atrevo a dizer:
   “Nosso problema é matemático” O Brasil e o Rio Grande do Sul não acompanham seu próprio crescimento."

   Não é necessário ser um mestre em economia ou ciência política para saber que não acompanhamos nosso crescimento populacional, nossa previdência, nossa máquina pública e principalmente a dependência natural dos milhares que nascem ano após ano sem culpa nenhuma de não terem nascido em berço esplendido.

Soma-se a isto a nossa incapacidade de desenvolvimentos, aliado a impostos sobre impostos que engessam nossa indústria e nos tornam pouco competitivos.

    E o celeiro do Brasil está sem rumo sem saber nem para onde iremos, pois nos transformamos em meros espectadores dos próximos capítulos.

Marcelo Kohlrausch
   Um dia destes ouvi um pinga fogo no legislativo onde um parlamentar defendia seu governo e o outro defendia o governo anterior, respeito o debate político, entendo que ele é fundamental na democracia, mas com o devido respeito o referido debate está ultrapassado, ao invés de buscarmos culpados apontando dedo um para o outro, deveríamos encontrar soluções para o caos que está se instalando no Estado.

   Ora todos que governaram tem sua parcela de culpa, todos são responsáveis por uma empresa pública que está na iminência de falir e as medidas drásticas que estão sendo tomadas no presente são  consequências das medidas que não foram tomadas no passado.

   Infelizmente estamos em um quadro que não existe dinheiro suficiente do nosso caixa, ou fórmula mágica que cubra um crescimento vegetativo, um crescimento natural, o inchaço da máquina pública que agora cobra um preço para todos os gaúchos.

  E lá se vão 40 anos deste flagelo anunciado, o Rio Grande gasta mais do que arrecada há quatro décadas e este efeito cascata vai atingir e já está atingindo todos os, municípios gaúchos, e Esteio já está pagando vai pagar na carne os efeitos nefastos de um Estado que não tem mais fôlego para pagar os salários dos servidores o que restará para manter os repasses municipais.

   Por falar em folha esta consome 75,5 % do que arrecadamos, portanto a matemática mencionada se explica se buscarmos a informação de outro importante número de nossa economia gaúcha, as nossas receitas sofreram queda de 2,5% no primeiro semestre, ou seja, não cresceram.  
  
   A devolução do que se arrecada para o Governo Federal é ridícula, a cada três bilhões que mandamos para a Pátria, nos devolvem um bilhão, ou seja 1/3 e isto explica que mesmo sendo o quarto PIB da nação, estamos atolados em um lamaçal econômico que nos tornou inoperante. 

   E talvez baseado nestes dados que o renomado economista Arminio Fraga afirmou recentemente o governo quebrou o Estado e o Rio Grande do Sul é apenas a ponta deste Iceberg...

   E novamente sem entrar no mérito dos culpados, pois queremos soluções, o que avistamos é que infelizmente o povo gaúcho mais uma vez terá de pagar esta conta através de aumento de impostos, cortes de serviços e tantas outras medidas amargas que nos esperam.

   Nestes dias terríveis lembrei do orgulho que todos temos de ter nascido neste solo, todos nossos heróis e suas ações, Bento Gonçalves, General Neto e tantas outras lideranças, lembrei que muitos dizem que a história se  repete mas acredito que desta vez vale apenas uma pequena comparação.

   A história conta que dentre os motivos da Revolução Farroupilha, foi a taxação excessiva do charque rio-grandense em comparação com o charque dos demais estados platinos pelo governo imperial, o que gerava uma enorme desvantagem para o produto do Rio Grande em comparação com o produto estrangeiro, mas, por outro lado, oferecia uma vantagem comercial para os consumidores do nordeste e do sudeste, que podiam adquirir o charque estrangeiro por um preço muito mais barato.

   O charque não é mais motivo para futuras revoluções, tais ações talvez estejam presas eternamente no passado, mas o orgulho continua e mesmo que as incertezas tomaram conta do horizonte, ainda temos os nossos valores e quem sabe a inspiração dos bravos que lutaram por esta Terra para sairmos com dignidade deste momento tão complicado. 

   “Mostremos valor, constância; Nesta ímpia e injusta guerra; Sirvam nossas façanhas; De modelo a toda terra.” (trecho do Hino Rio – Grandense)

(*) Marcelo Kohlrausch Pereira  é vereador do PDT em Esteio.




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