terça-feira, 1 de novembro de 2016

Mensagem para o nosso dia-a-dia: Cura ou anestesia

José Mazzarollo

   Com a evolução da medicina, modernas técnicas são aplicadas para aplacar a dor dos pacientes. Os anestésicos tornaram-se indispensáveis nas cirurgias e no alívio das incomodas feridas do corpo. Nas igrejas parece que esta modernidade também entrou em ação. É comum observarmos a aplicação destes anestésicos espirituais com o propósito de ganhar adeptos. Recordemos o legado dos profetas de Deus: “Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz” (Jr 6.14). Na afirmação do profeta, são falsos pastores que enganam o povo utilizando métodos escusos e interesseiros. Em outras palavras, anestesiam o mal, porém, sem curar a doença. No hospital, o paciente recebe o anestésico como preliminar de um trabalho curativo. Nas modernas igrejas os fiéis ficam somente com a cura superficial, que em outras palavras não passa de um anestésico momentâneo.

José Mazzarollo
 Na medicina a anestesia não cura o doente, mas permite ao cirurgião realizar uma operação tranquila e completa. Os pastores mercenários trabalham somente com o anestésico, porque não lhes interessa curar o paciente, e até nem sabem como fazê-lo. A falsa ilusão de bem estar forma uma personalidade dependente e escrava no frequentador, assim, ao retornar a dor e a ansiedade, a busca por socorro a qualquer preço se manifesta de forma incondicional. Percebemos com facilidade este comportamento hipnótico que se fecha para todo e qualquer conselho que divirja dos conceitos implantados em sua mente.

   A anestesia espiritual faz parte de um processo de entorpecimento mental, onde o alívio pode se estabelecer mais pela emoção e condições do ambiente do que pela realidade dos fatos. Este procedimento religioso não é novo, mas de longa data vem sendo aplicado as multidões que procuram a igreja.

   A orientação de Jesus aos discípulos foi clara: “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça daí”. (Mt 10.8). Não podemos ser enganados pelo espírito das trevas, mas para fazer da religião um instrumento de libertação, é só confrontar a advertência do profeta Jeremias com as palavras de Jesus aos discípulos, e logo percebemos qual é o pastor que devemos seguir. Se realmente desejamos a cura, devemos saber que esta não tem preço e tampouco nos impõe condições para obtê-la. Acima de tudo, deve ser alcançada de maneira lúcida e sóbria, sem as pesadas cargas de publicidade e testemunhos. Então Deus nos abençoará a todos com o orvalho do céu.

Contato: mazzarollo@coimpressa.com.br

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