Quando a mulher acendeu a luz admitiu estar na escuridão, na ignorância, e por conseguinte percebeu que estava escrava de uma paixão.
O professor José Mazzarollo |
A parábola da dracma perdida nos traz uma lição espiritual, bem mais profunda do que o valor econômico que tanto preocupou a dona da moeda. A dracma era uma moeda grega de valor equivalente a um denário, isto é, um dia de trabalho do operário da época. Vamos a parábola: “Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la? E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido”(Lc 15.8-9). Vamos pensar espiritualmente na preocupação desta a mulher em recuperar a moeda perdida, seu interesse foi tão intenso que ao encontrá-la, comemorou alegremente. A mulher representa a igreja de Deus com seus dez mandamentos. Perder um mandamento é o mesmo que perder um dos dedos das mãos e, quebrar a aliança com o Criador. Por isso podemos entender porque tanta dedicação em reconquistar a moeda, se fosse simplesmente pelo valor monetário, não haveria motivo de tantos festejos ao encontrá-la, especialmente para quem ainda guardava nove em seu poder. Contudo o responsável não pode ficar de braços cruzados, mas acender rapidamente a luz, inibindo a ação e o avanço do mal, e de todas as formas buscar de volta o valor perdido.
Quando a mulher acendeu a luz admitiu estar na escuridão, na ignorância, e por conseguinte percebeu que estava escrava de uma paixão. Não procurou culpados, mas sentiu-se no dever de buscar no Pai das luzes, Jesus Cristo o conhecimento suficiente para debelar a sua ignorância. Em seguida percebeu que a sua fé estava contaminada e precisava de uma faxina geral. As tradições, o orgulho, a inveja a impediam de enxergar o que estava escondido no seu coração. Com a lâmpada da sabedoria e a vassoura na mão não foi difícil descobrir onde a famosa moeda estava escondida. Esta mulher comemorou alegremente a vitória alcançada. Convidou as amigas e vizinhas para esta festa. Não era pra menos, trouxe de volta o que estava perdido.
Hoje mais do que nunca precisamos conhecer bem esta parábola, e pelo caminho certo do evangelho buscar de volta os valores perdidos. Primeiro acender a luz, depois varrer a casa e finalmente agir diante do fato. O mundo por si, nos furta tantos bens e valores, abrindo espaço para a tristeza e insatisfação. A nossa vida deve ser uma constante soma. Quantas virtudes perdidas, muitas vezes lembradas com saudades, no entanto as pessoas parecem fracas para retomá-las. Quantos pais que perdem seus filhos não só para as drogas, mas para o computador, para os falsos amigos, e não conseguem mais desfrutar da sua companhia. E como buscá-los se não acenderem a luz da sabedoria? O conformismo com a constante perda de valores tem tornado o mundo mais pecaminoso e incrédulo. Temos pouco a festejar neste século. As trevas cobrem a terra e a escuridão os povos, mas sobre os filhos da luz brilha a sabedoria do evangelho e por ele precisamos andar. Que Deus nos abençoe com o orvalho do céu.
Contato: mazzarollo@coimpressa.com.br
O professor José Mazzarollo está todos os dias na Rádio Metrópole AM 1570, às 8h e 18h; e aos sábados das 17h 30min às 18h30min; Todas as segundas-feiras das 19h àsa 20h, no Programa Comando da Cidade na TV Urbana. e no Programa Momento Espiritual, todas as segundas das 20h30min às 21h na TV Urbana (UHF 55 e NET 11;
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