segunda-feira, 23 de março de 2015

A MENSAGEM DE NOÉ

José Mazzarollo autor do livro “Receitas Espirituais”.

Uma situação é pecar por ignorância e normalmente desfavorecidos pelo ambiente ou situação, outra é estar plenamente no juízo e sem influência alguma e voluntariamente propagar o mal alheio.

    José Mazzarollo

 Para alguns a história do dilúvio é tida como lenda. Os grandes culpados são os próprios teólogos que colocaram a  Bíblia no patamar de livro terreno e histórico e não divino e espiritual. Os fatos analisados sob o contexto histórico e humano, nada trazem de ensino para os mortais de outras eras. O dilúvio inundou a terra cerca de dois mil e quinhentos anos antes de Cristo. Os homens estavam embriagados no pecado, e uma intervenção divina fez-se necessária. Tratando-se de escritos bíblicos, os acontecimentos registrados servem a todas as gerações. A respeito do dilúvio, além dos  relatos bíblicos, encontram-se em museus fartas informações, objetos e registros  deixados pelos povos assírios e babilônicos.

      Atualmente reavivamos a memória com requintadas produções cinematográficas, muitas vezes acompanhadas de comentários inoportunos. Sobre a arca e os animais, falaremos noutro espaço. Hoje, vamos lembrar a lição do pós dilúvio.  Uma das primeiras providências do patriarca Noé ao sair da arca após trezentos e setenta e três dias de clausura, foi reconstruir a vida da família e em especial registra-se o cultivo das videiras. Do plantio até  a primeira colheita certamente passaram-se alguns anos, e não se sabe se foi para comemorar a primeira produção de vinho ou festejar outro evento qualquer,  que Noé embriagou-se a tal ponto, de tirar a roupa e colocar-se nu dentro da  tenda.

     Diante do inusitado ato do pai, os filhos reagiram de maneira diferenciada. Esta é a grande lição que não tem data de vencimento. O filho mais novo chamado, Cão, ao contemplar a situação do pai, se escandaliza e sai  apressadamente a espalhar o fato com escárnio e deboche. Os outros dois filhos, Sem e Javé mantém o respeito e delicadamente o cobrem amenizando o vexame. Cabe uma pergunta! Por que Deus permitiu ao patriarca tido como justo cometer um deslize perante os filhos? Justamente para testar os seus corações. Não há dúvidas que o pai cometeu um pecado visto por todos. O que faríamos nós diante de fato semelhante? Porque o pecado de Cão é mais grave? Uma situação é pecar por ignorância e normalmente desfavorecidos pelo ambiente ou situação, outra é estar plenamente no juízo e sem influência alguma e voluntariamente propagar o mal alheio.  São muitos os relatos bíblicos, nos quais os subalternos agravam o pecado dos seus superiores.  Um pai nu pelo excesso de vinho e um filho ainda mais nu pela falta de virtudes. Parece estranho, mas a reação diante de um fato negativo, expõe os que observam a pecar em maior proporção do primeiro ato pecaminosos. Noé pecou, mas o filho cometeu um pecado bem mais grave.


          O homem se julga e avalia pelo que realiza.  Mas Deus muitas vezes nos testa colocando-nos diante de pecados alheios, para nos mostrar realmente quem somos. Jesus foi taxativo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, seguindo essa instrução estaremos imunizados dos escândalos externos. É muito fácil dar continuidade a uma obra, especialmente a obra má. Ao difamar o pecado do próximo alguns pensam estar contribuindo para o bem, no entanto estão enganando a própria consciência. O pecado não merece publicidade de qualquer ordem. Mas encobri-lo é dever do cristão.  Sem e Jafé, agiram de acordo com o evangelho, repudiando  as injúrias de Cão em relação ao seu pai,  ao invés da crítica difamatória,  optaram pelo respeitoso trabalho de encobrir o mal. Que Deus nos abençoe com o orvalho do céu.

Contato:  mazzarollo@coimpressa.com.br

José Mazzarollo está todos os dias na rádio Metrópole AM 1570, às 8h e 18h.


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