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| Professor José Mazzarollo |
A fé é o
elo mais íntimo de comunicação entre Deus e o seu povo. Uma ligação
direta com o coração através da silenciosa linguagem espiritual, onde
somente dois seres tem acesso; a pessoa e Deus, por isso a fé é pessoal.
José Mazzarollo
Todas as nossas atividades são creditadas a duas fontes espirituais, ou empreendemos movidos por tentação ou inspiração. É interessante avaliar a aparente semelhança que ambas sugestionam nossas atividades, por isso muitos “inocentemente” se afundam no mal, pensando estar praticando o bem. Antes de agir, devemos nos cercar de cuidados especiais, para evitar a ilusão do espírito enganador. Ao lado de uma saudável virtude inspirada pelos anjos do céu, está uma tentação pintada de branco que vem pelos anjos do inferno com aparência de verdade. Este fenômeno é sem dúvida o grande diferencial de separação entre o justo e o bem intencionado. O justo não se contenta com as aparências, quer e busca a virtude na sua essência. No entanto o bem intencionado se satisfaz com exterior. As sementes da inspiração e da tentação estão plantadas na origem das obras, onde a verdade e mentira não produziram seus respectivos frutos, assim é fácil vender o mau pelo bom e arranjar compradores para seguir nessas práticas. É bom não confundir o fervoroso com o fanático; o teimoso com o perseverante ou o cobiçoso do admirador. Por isso Jesus afirmou ser a porta da salvação estreita, e poucos conseguem passar por ela. Há quem se preocupe em demonstrar fervor espiritual, no entanto a Bíblia recomenda:”A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus” (Rm 14.22).
A fé é um bem exclusivamente pessoal e intransferível. É bem verdade que uma pessoa fervorosa contagia o mundo a sua volta pelo comportamento, pela linguagem e pelo bom exemplo. Mas jamais pode alguém transferir a sua fé para outro. Se isso fosse possível, numa hora de dificuldade um fervoroso emprestaria a sua fé para um descrente até solucionar a crise e depois a receberia de volta. A fé é como a sabedoria, podemos expor o nosso saber aos outros, mas jamais transferi-lo a alguém. Os ignorantes poderão tornarem-se sábios se tiverem amor a sabedoria. A fé como o saber não se gasta, quanto mais levarmos adiante as virtudes, mas elas aumentarão em nós. Nesse sentido, muitos sofrem por ver tantos descrentes e ignorantes e o desprezo a algo tão importante quanto a fé. Contudo a medida mais eficaz é orar a Deus para que abra o desejo no coração destes, para que a semente da fé brote e produza bons frutos.
Meditando pelo lado positivo da orientação divina, a fé é o elo mais íntimo de comunicação entre Deus e o seu povo. Uma ligação direta com o coração através da silenciosa linguagem espiritual, onde somente dois seres tem acesso; a pessoa e Deus, por isso a fé é pessoal. Podemos sim, persuadir as pessoas a aderir à fé divina, construindo a sua própria medida de fé. Contudo devemos entender que nem todos estão interessados em adquirir fé, preferem muitas vezes o comodismo da incredulidade, sem disposição de pagar o preço da fé exige. Devemos saber agir diante dos incrédulos, não permitindo que abalem a nossa fé. Não são poucos os que terminam frustrados e descrentes, queixando-se de Deus por não assisti-los na missão de evangelizar. Devemos lutar sem, pelo evangelho a todos os povos, mas a questão de crer não pertence ao homem e sim está na alçada divina, quantos vamos converter, também não é licito questionar. O semeador saiu a semear, mesmo sabendo que muitas sementes não iriam germinar, nem por isso encolheu a sua mão. A natureza, com a umidade, luz calor fazem a parte que o semeador não sabe e não pode fazer, mas ele confia. Confiemos também mais nós, na assistência celestial, fazendo bem a nossa parte, logo a semente da fé e da esperança nascerá no campo do nosso coração, produzindo frutos de alegria, paz e amor.
José Mazzarollo
Contato com o autor: mazzarollo@coimpressa.com.br
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