COMO COMBATER A CRISE

Por José Mazzarolo

     Vivemos um período de crise sem precedentes. Não somente no Brasil por ser um país pobre, mas os povos do oriente, do ocidente, pobres e ricos, sofrem as agruras deste mal. Vários fatores podem provocar crises. Mas a principal está relacionada ao coração. A visão distorcida dos fatos, tem aperfeiçoado os meios tecnológicos, mas tem acumulado derrotas no campo dos valores e princípios que dão sustento ao homem. Que os economistas e empresários lutem por melhores resultados econômicos, é plausível de entendimento, mas que nas igrejas programem-se cultos a prosperidade, é de lamentar. A Bíblia nos recomenda elevar os olhos ao céu, pois, de lá nos vem o socorro, contudo pregadores mercenários, vão descendo, e descendo até chegar no bolso dos próprios fiéis. O homem está dividido fisicamente em duas partes: a parte que fica abaixo da cintura, voltada para os desejos e prazeres, e o corpo superior, no qual estão os órgãos mais importantes no sentir, no saber e no pensar.  Quando a parte inferior predomina, então, as catástrofes da humanidade estão iminentes. Esta é sem dúvida a grande e maior crise que atinge a humanidade, ou mesmo individualmente as pessoas. 

José Mazzarolo

      Os homens comuns desconhecem a crise de valores, e por isso atribuem todos os males as questões econômicas. Grande parte dos endividados, depressivos, atormentados e falidos, acorrem as igrejas, a psicólogos e terapeutas em busca de socorro. Segundo as profecias, os últimos tempos seriam difíceis, mas em nenhum momento os profetas mencionaram as questões financeiras como causa das dificuldades. Logo, nós cristãos se quisermos evitar as crises temos que conhecer as suas reais origens.

     Graças a evolução cientifica, temos menos mortes por epidemias infecciosas e a dor foi eliminada pelos anestésicos. Contudo, o desenfreado e ganancioso desejo pelo ter, sobrepôs-se aos demais valores. Aquele que pretende debelar a crise do seu caminho, poderá utilizar-se de uma receita semelhante para todas as questões, sejam elas econômicas ou espirituais. Em primeiro lugar, devemos utilizar o dom da racionalidade, porque a crise nunca avisa antecipadamente, logo um povo sábio deve medir-se nos tempos de bonança e estar internamente preparado para os dias maus, que hão de vir. É comum culpar governos, autoridades, patrões, e outros mais pelo sofrimento recebido, contudo, a crise do lado de fora afeta, mas não tem força para abater aqueles que por dentro estão revestidos. Quando os fatores externos se apresentam em crise, simplesmente desnudam a real situação do que está por dentro. Quando o mercado está favorável e a saúde em perfeita situação, as falhas internas são empurradas para baixo do tapete e, as crises conjugais ou espirituais ficam abafadas pela satisfação material.

     Cuidemos da saúde interior, estabelecendo uma meta de virtudes, então a nossa paz será como um rio, e a nossa justiça como as ondas do mar. Que Deus nos abençoe com o orvalho do céu. 

Contato com José Mazzarolo: mazzarollo@coimpressa.com.br