domingo, 4 de abril de 2010

Mãos Amigas recebe parte do lixo da coleta seletiva em Esteio

O prédio do entreposto para reciclagem de lixo seletivo pertence ao Município de Esteio, foi inaugurado e abandonado por vários anos, mas agora ocupado pela Associação Mãos Amigas Recicladores está em pleno funcionamento, auxiliando várias famílias esteienses.

A edificação de alvenaria atualmente serve como pequeno Entreposto para o Projeto "Desenvolvimento Sustentável" executado pela Associação Mãos Amigas Recicladores - AMAR está localizado no final da Rua Oswaldo Jesus Vieira (O Mestre de Esteio), no Parque Primavera.

 
Segundo Maria Gessi, presidenta da Associação, o objetivo do projeto é integrar um número maior de cidadãos que vivem em condições de vulnerabilidade social que praticam atividades de coleta de resíduos recicláveis. O objetivo geral é de promover o desenvolvimento social, econômico e ambiental, criando oportunidade que visam benefícios sócio-econômicos, e melhorando as condições sócio-econômicas dos grupos sociais participantes do sistema de coleta seletiva. Para essa coleta, além do prédio, a Associação atualmente, conta com um caminhão coletor de lixo da prefeitura, sendo que o destino final da maior parte dos resíduos sólidos, depois de reciclados é colocado a venda. A maior parte do lixo do município é destinado a uma área de aterro sanitário em Gravataí, depois de uma pequena parte, tecnicamente selecionado no interposto, e com a minimização de impacto ambiental.

As embalagens de caixas de leite, garrafas plásticas, latinhas de refrigerante e cervejas, restos de comida, baterias de veículos automotores, celulares, câmeras filmadoras e fotográficas, revistas e jornais velhos. No final do dia, tudo o que é descartado – quase tudo que é descartado em Esteio - tem o mesmo destino: os lixões ou aterro sanitário de Gravataí/RS.

Separar o lixo seco em casa e enviá-lo para a reciclagem mostra preocupação com a preservação do meio ambiente, com o futuro da cidade e com a geração de emprego. Atualmente o prédio de reciclagem é a fonte de renda para cinco famílias, beneficiando muitas outras pessoas e, segundo Maria Gessi, é só o começo. Quanto mais materiais forem separados, mais resíduo limpo será encaminhado para a reciclagem, garantindo a geração de emprego, a economia de matéria prima, a limpeza da cidade e o cuidado com a natureza.

Segundo estatística, “O Brasil produz cerca de 100 mil toneladas de lixo por dia, mas recicla menos de 5% do lixo urbano e tudo que é jogado diariamente no lixo, pelo menos 35% poderia ser reciclado ou reutilizado, e outros 35%, serem transformados em adubo orgânico".

Atualmente em Esteio as lixeiras transbordam de embalagens plásticas , vidros e outros materiais reciclaveis. Mas o maior problema é o destino dado a eles. Muitos desses materiais poderiam ser reaproveitados ou reciclados, diminuindo, assim, o desemprego e as enormes montanhas formadas no lixão de Gravataí e, conseqüentemente, a degradação do meio ambiente.

O aspecto mais importante do trabalho de cinco pessoas da AMAR que trabalham  na coleta seletiva e reciclagem de lixo, além da consciência ecológica, é o fator social. A coleta de material reciclável é, muitas vezes, a única fonte de renda dos recicladores. Só em Esteio, há centenas em atividade, com ganho mensal médio de R$ 400,00.

Considerando que a Prefeitura de Esteio ainda não implantou um grande programa oficial de coleta seletiva e reciclagem de lixo, algumas organizações, empresas e a própria população preocupado com a questão ambiental,  têm se mobilizado para, na medida do possível, dar um tratamento adequado ao lixo produzido na cidade.

Em Esteio grande parcela da população tem vontade de participar porque está preocupada com a questão do lixo, mas não sabe que não é tão fácil assim. Tem gente  achando que implantar coleta seletiva é só a municipalidade comprar e espalhar lixeiras coloridas pela cidade. A mudança de hábito é a parte mais difícil e requer esforço, determinação e empenho para implantar um programa sério de coleta seletiva. Depois do planejamento e implantação, o mais difícil ainda é a manutenção do programa. O sucesso geralmente depende da participação do poder público e do envolvimento entre a população e os recicladores, separando o lixo seco do orgânico evitando a degradação e a contaminação do meio ambiente.

Segundo os associados da AMAR, antes de começar a coleta seletiva, é indispensável conhecer bem o mercado dos recicláveis, o lixo doado a ser recolhido, que materiais compõem este lixo  e qual é a proporção de cada material - papel, plástico, vidro ou metais. Além de “conhecer” o lixo e o seu valor, também é necessário se inteirar sobre as características do espaço físico e as rotinas de limpeza do local onde ficará depositado até o dia da venda.

Quando a intenção da Associação AMAR for vender os recicláveis, é preciso pesquisar os valores antes, porque os preços de venda, além de oscilar no mercado, ainda são muito baixos. Para a maioria dos leitores do blog “Esteio: o clíck indiscreto do dia-a-dia” o valor de venda pode ser frustrante, porque em geral as pessoas acham que o dinheiro é proporcional à quantidade e ao trabalho.


Veja os valores que a Associação Mãos Amigas – AMAR recebe pelo lixo coletado, depois de separado, armazenado e entregue:

Latinha refrigerante ou cerveja - R$ 1,70 Kg.
Garrafas pet  - R$ 0,65 Kg.
Papel jornal  - R$ 0,03 Kg.
Papel Branco - R$ 0,37 kg.
Papelão -  R$ 0,20 Kg.
Plástico colorido - R$ 0,25 Kg.
Plástico transparente - R$ 0,50 Kg.
Plástico leitoso - R$ 1,00 Kg.  
OBS: As caixas de Leite (tipo Longa Vida) R$ 0,03 Kg., mas segundo Maria Gessi ainda não têm comprador.


O projeto de coleta seletiva de lixo em Esteio ainda é muito acanhado, mas para que ele não perca a força e seja ampliado, é necessário o apoio da prefeitura aos recicladores e a sensibilização da população. Divulgar os resultados e o andamento das atividades da AMAR, por exemplo, para que sejam de conhecimento geral é fundamental para a manutenção e ampliação do projeto.

A comunidade esteiense não deve esquecer que toda embalagem reciclável, antes de ser entregue ao caminhão coletor de lixo seletivo da prefeitura, deveria ser lavada para não atrair insetos e não ficar com cheiro forte, enquanto estiver armazenada no prédio da reciclagem. Para tirar o grosso da sujeira das embalagens que serão destinadas à coleta seletiva, aproveite a água servida da pia da cozinha. 


Não jogue baterias de veículos, câmeras fotográficas, filmadoras e  celulares no lixo comum, porque as empresas produtoras já estão se responsabilizando pelo recolhimento. As pilhas comuns usadas em rádios, lanternas, relógios e brinquedos, embora tenham substâncias tóxicas, infelizmente ainda não têm um destino final adequado.

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